metropoles.com

Renan: “Miliciano considera vagabundo toda pessoa que o enfrenta”

O relator da CPI da Covid atacou o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, após ser chamado de vagabundo

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
oitiva do ex-secretário das Comunicações Fabio Wajngarten e o relator Renan calheiros
1 de 1 oitiva do ex-secretário das Comunicações Fabio Wajngarten e o relator Renan calheiros - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Ao comentar discussão com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, disse que “miliciano” considera vagabundo toda a pessoa que o enfrenta.

Renan e o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discutiram na última quarta-feira (12/5) durante depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten. Flávio Bolsonaro, que não é integrante da CPI, compareceu ao colegiado para defender o ex-integrante do governo.

Após declarações de Wajngarten ao colegiado, Renan e outros senadores queriam a prisão do ex-funcionário do Palácio do Planalto por falso testemunho.

Após pedir a palavra, o filho do presidente da República reagiu. “Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros”. Em resposta, Renan fez referência ao caso das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

“Eu aproveito a oportunidade para falar daquele episódio do xingamento de vagabundo. Isso é uma coisa da cultura do Rio de Janeiro. As pessoas que moram no Rio de Janeiro sabem que o miliciano tem uma cultura diferente. Ele nunca considera que é criminoso, que está cometendo dano à vida das pessoas, que está traficando, não. Ele acha que não é criminoso e considera que é vagabundo toda a pessoa que o enfrenta”, afirmou Renan em entrevista à GloboNews nesse domingo (16/5).

O caso das rachadinhas, que consiste no confisco de parte da remuneração dos funcionários do gabinete, é investigado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ). Quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro empregou mãe e esposa de um suspeito de integrar uma milícia no estado e também já fez homenagens a supostos milicianos.

Renan afirmou que no dia da discussão, o filho do presidente chegou à CPI “apavorado” e agrediu verbalmente o relator da comissão “para o pai postar” na sequência. No mesmo dia, Bolsonaro compartilhou a ofensa proferida pelo filho em uma rede social.

0
Postura do governo

Na entrevista à GloboNews, Renan Calheiros também criticou a postura do governo Bolsonaro em relação aos trabalhos da CPI. Para o relator, o governo “não tem argumentos”, “vive de xingar” e tenta “minimizar” os debates feitos na comissão.

“O governo não tem argumentos, vive só de agredir, de xingar, de provocar, em um esforço diário para tirar a CPI do seu roteiro e para colocar, na discussão que cada vez mais convence a sociedade, uma discussão emocional, de alguém que tenta de todas as formas minimizar o debate que fazemos ali na CPI”, afirmou.

Renan também criticou o presidente pela defesa de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19 e de teses equivocadas, como a de imunização de rebanho.

Ele ainda criticou aglomerações promovidas por Bolsonaro. No último sábado (15/5), o presidente participou de uma manifestação conjunta de ruralistas e evangélicos pró-governo em Brasília. Mais uma vez, presidente, ministros e muitos manifestantes não utilizavam máscaras, apesar de o uso do equipamento de proteção ser obrigatório no Distrito Federal.

Convocação de Carlos Bolsonaro

O alagoano também falou sobre a possibilidade de convocação de outro filho do presidente da República, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Segundo representante da Pfizer ouvido na semana passada, o vereador participou de reunião no Palácio do Planalto sobre vacinas da farmacêutica.

“O que nós precisamos agora, depois das confirmações em relação à sua participação no gabinete das sombras, é quebrar o sigilo dessa gente toda para que a investigação também nessa direção, efetivamente, comece a andar. Em sendo, mais adiante, necessária a sua convocação, nós vamos convocá-lo [Carlos Bolsonaro]. Eu defendo que seja convocado”, disse o emedebista.

A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.

No total, o Brasil já perdeu 435.751 vidas para a Covid-19 e computou 15.627.475 casos de contaminação.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?