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Presidente do Conselho Federal de Medicina vira investigado pela CPI

Esta é a quinta inclusão de nomes no rol de investigados feita pelo relator da CPI, Renan Calheiros, apenas nesta quarta (6/10)

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Renan Calheiros_CPI da Covid-19
1 de 1 Renan Calheiros_CPI da Covid-19 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após anunciar, pela manhã, a inclusão de quatro nomes entre os investigados, o relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), decidiu acrescentar mais uma pessoa à lista: o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Brito Ribeiro. A medida foi divulgada na sessão desta quarta-feira (6/10).

Calheiros afirma que a mudança da situação de Ribeiro decorre de seu “apoio ao negacionismo, pela maneira como deu suporte à prescrição de remédios ineficazes e pela omissão de fatos evidentemente criminosos”.

Em nota, Ribeiro afirmou que a decisão “não causa surpresa, diante da narrativa falaciosa adotada pela CPI ao longo de sua existência, transformando a Comissão num palco midiático para embates políticos e ideológicos”. E continuou: “diante disso, eu – assim como o CFM – mantenho firme minhas convicções em favor da autonomia do médico e do paciente, princípio milenar hipocrático que é pilar da prática da medicina, o qual deve ser defendido – hoje e sempre – sob qualquer circunstância”.

Mais cedo, o relator transformou, de testemunhas para investigados, os empresários Danilo Trento, Marcos Tolentino e Oscar Otávio Fakhoury, além do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.

Agora, o colegiado passa a ter 37 nomes no rol de pessoas a serem investigadas. O emedebista não descarta ampliar a lista antes do fim dos trabalhos da comissão, previsto para ocorrer após a primeira quinzena de outubro.

“Nós vamos compatibilizando o avanço da investigação com a conclusão dos trabalhos. Continuamos recebendo as informações, o resultado das quebras de sigilo… Vamos, até o dia 19 [de outubro], avançar na lista. Há muita coisa a ser discutida”, explicou.

O senador afirma que a inclusão de Allan dos Santos no rol de investigados se deve ao mesmo motivo que levou Fakhoury ao colegiado: propagação de fake news. “Eles também já estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal e, a partir de agora, serão levados à condição de investigados”, declarou.

Trento e Tolentino são citados por suspeita de envolvimento ilícito e irregularidades cometidas nas negociações de venda de vacinas contra a Covid-19.

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Indiciados

Nem todos os investigados da comissão constarão entre os indiciados no relatório final dos trabalhos, segundo o relator. A tendência, porém, é que a CPI indicie mais de 40 indivíduos.

“Evidentemente que não temos um número fechado, mas com certeza vamos passar de 40, poderemos chegar a 50 indiciados”, explicou.

A sugestão de indiciamento é feita no relatório e encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR) e aos demais escalões do Ministério Público Federal (MPF) para as devidas providências.

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