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Mulher de vice de Covas diz não se lembrar de ter feito B.O. contra marido

Ao lado de Ricardo Nunes (MDB), Regina Carnovale Nunes falou pela primeira vez sobre o assunto e negou ter sido agredida

atualizado

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Moisés Nascimento/Divulgação
Ricardo Nunes (primeiro à esquerda) acompanha Bruno Covas no Valo Velho em São Paulo
1 de 1 Ricardo Nunes (primeiro à esquerda) acompanha Bruno Covas no Valo Velho em São Paulo - Foto: Moisés Nascimento/Divulgação

Candidato a vice na chapa do prefeito Bruno Covas (PSDB), o vereador Ricardo Nunes (MDB) ficou em evidência nos últimos dias da disputa pelo segundo turno na capital paulista. A campanha vem sendo questionada por um boletim de ocorrência (B.O.) feito pela empresária Regina Carnovale Nunes, sua mulher, por violência doméstica, ameaça e injúria contra Nunes há nove anos. Em entrevista ao Estadão, Regina negou que tenha sido agredida pelo marido e disse que não se lembra de ter ido à delegacia.

“Não sei se apagou da minha memória porque eu estava muito nervosa”, disse Regina, ao lado do marido, na casa do casal, na zona sul de São Paulo. Registrado às 9h21 de 18 de fevereiro de 2011, o boletim de ocorrência  608/2011, da 6.ª Delegacia da Mulher (Santo Amaro), cita Regina como “vítima” e Nunes como “autor”.

O documento relata que o casal estava separado havia sete meses, mas que o vereador, “inconformado com a separação”, não “dava paz” à mulher e vinha “efetuando ligações proferindo ameaças, envia mensagens ameaçadoras todos os dias”. Revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, o B.O. diz que Nunes ia à casa de Regina, “onde faz escândalos e a ofende com palavrões”, o que levou a empresária a relatar estar “com medo” do marido. O conteúdo do documento foi confirmado pelo Estadão. Ao ser perguntada sobre o que aconteceu naquela época, Regina disse que o casal se desentendeu e que ela passou uns dias na casa da mãe.

“Naquele período, há dez anos, a gente teve um desentendimento”, disse Nunes, que também registrou um B.O. contra a mulher, em 14 de março de 2011. A queixa policial, por lesão corporal, diz que “em conversa referente à pensão, veio a autora (Regina) por agredir a vítima (Ricardo)”.  “Mas não houve nenhum tipo de agressão minha contra a Regina”, completou o vice de Covas.

Além dos questionamentos sobre o suposto caso de violência doméstica e agressão, a campanha de Covas tem sido cobrada pela citação do candidato a vice em uma investigação na Promotoria do Patrimônio Público e Social que apura indícios de superfaturamento no aluguel de creches conveniadas. Ele negou irregularidades, mas admitiu que muitos vereadores têm relacionamento com entidades conveniadas. “Não sei quantos por cento dos vereadores têm relacionamento com entidades. Mas são muitos. E tá certo”, disse. “A vida é de relacionamentos, mas isso não é errado e antiético.”

Nunes diz que sua escolha como vice não foi influenciada pelo tempo de TV que seu partido, o MDB, garantiu à propaganda eleitoral de Covas e reclama das comparações que o candidato adversário, Guilherme Boulos (PSOL), faz entre o vereador e a ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL), sua candidata a vice. “Ficam comparando os vices para usar a Erundina como muleta devido à falta de experiência do Boulos.”

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