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Mourão diz que sugeriu outro nome ao STF, e Bolsonaro vetou

Vice-presidente apontou Thompson Flores. Bolsonaro indicou André Mendonça, mas Davi Alcolumbre não marcou sabatina no Senado

atualizado

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Foto: Romério Cunha/ VPR
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, na manhã desta quarta-feira (13/10), na chegada ao Palácio do Planalto, que sugeriu outro nome ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O chefe do Executivo indicou o ex-advogado da União André Mendonça para o cargo, mas o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ainda não marcou a sabatina.

O general se disse contrário à postura de Alcolumbre de não pautar a sabatina no Senado. Nesta quarta-feira, completam-se três meses desde a indicação do mandatário do país.

“Acho que não está correto isso aí. O senador Alcolumbre deveria cumprir a tarefa dele, de presidente da CCJ, botar o nome para ser votado e acabou. Se for aprovado, muito bem. Se não for, muito bem também. É o papel do Senado, confirmar ou não a indicação do presidente da República. Uma coisa eu digo claramente: não está correto”, argumentou Mourão.

Questionado se o governo teria um plano B ou se ele próprio teria um nome alternativo à cadeira da Suprema Corte, Mourão disse que sugeriu ao titular do Planalto.

“Tenho, mas minha indicação o presidente não quer. Não vou falar quem”, respondeu Mourão. Então, um repórter perguntou se era Thompson Flores, ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

O vice-presidente confirmou. “Esse aí. Já havia conversado com o presidente sobre o nome há muito tempo, e o presidente também tem conhecimento do papel e da competência técnica e profissional do desembargador, mas ele tem outras variáveis que leva em consideração para essa decisão”, explicou.

Indicado de Mourão, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz é um desembargador federal e ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. É neto de Carlos Thompson Flores, que foi ministro do STF, e trineto de Carlos Thompson Flores, fundador da Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre.

Críticas a Alcolumbre

Nada satisfeito com a demora do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em marcar a votação, o presidente Jair Bolsonaro direcionou duras críticas ao ex-aliado.

Segundo o presidente, o que o senador “está fazendo, não se faz”. O mandatário também comparou o ato de Alcolumbre com uma “tortura”.

“[…] O Davi Alcolumbre é uma pessoa que eu ajudei por ocasião das eleições ainda na Câmara, depois ele pediu apoio para eleger o Rodrigo Pacheco, eu ajudei. Teve tudo que foi possível durante os dois anos comigo e, de repente, ele não quer o André Mendonça”, disse Bolsonaro, no domingo (10/10), em entrevista à imprensa.

“Não tem motivo para mudar André Mendonça. É uma pessoa que é evangélica, é um compromisso meu e tem uma bagagem jurídica enorme. Há interesse por partes de alguns senadores de colocar um nome mais simpático a eles, mas o que o Davi Alcolumbre faz não é justo. É uma verdadeira tortura contra um chefe de família”, pontuou o mandatário alguns dias depois.

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