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Moro rejeita ter postura autoritária com o Congresso Nacional

Ministro da Justiça negou que use de sua popularidade para pressionar as instituições legislativas a aprovar as pautas de sua pasta

atualizado

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1 de 1 Moro13 - Foto: Reprodução

Convidado do programa Roda Viva, na TV Cultura, exibido na noite desta segunda-feira (20/01/2020), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, negou que mantenha uma postura autoritária com o Congresso Nacional e que use de sua popularidade para pressionar as instituições a aprovar as pautas de sua pasta, entre elas, o pacote anticrime.

O ministro fez tais declarações ao responder a uma pergunta que citou frases do presidente da Câmara, Rodrigo Mais (DEM-RJ), de que ele teria a “estratégia permanente de acuar as instituições democráticas”, e do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, que criticou sua “mente totalitária, sombria, que usa de recursos públicos para manipular a população”. Ambas as falas se referiam à campanha publicitária do pacote anticrime, suspensa pelo tribunal.

“Se tem alguém que não briga com ninguém por aí, sou eu”, minimizou o ministro. “Sou uma pessoa muito calma, nunca ofendi ninguém, nunca levantei a voz, sempre tratei com muita parcimônia. Agora veja: o Ministério da Justiça apresentou um projeto de lei, com propostas. E tem o desejo de ver as propostas aprovadas como foram colocadas. Claro que é papel do Parlamento alterar essas propostas. Em parte ou nãoao aprovar nada. E foi isso que foi feito, naturalmente. Nunca existiu nenhuma espécie de pressão”.

Moro garantiu que sua relação com o Congresso Nacional é a melhor possível. “Sempre tratei todo mundo com respeito. Naturalmente, numa relação institucional, podem surgir faíscas. Mas daí a dizer que eu seja autoritário, arbitrário nas políticas do Ministério da Justiça… Somos o ministério mais aberto ao diálogo”, observou.

Nova fase
O ex-juiz da Lava Jato é o primeiro convidado do programa, agora em nova fase e sob o comando da jornalista Vera Magalhães, ex-Veja, Estadão e Jovem Pan, entre outros veículos.

Na noite, desta segunda, os jornalistas que formaram a bancada de entrevistadores foram: Alan Gripp (O Globo), Andreza Matais (Estado de S.Paulo), Leandro Colon (Folha de S.Paulo), Malu Gaspar (Revista Piauí) e Felipe Moura Brasil (Jovem Pan).

Polêmica
O anúncio dos profissionais de imprensa que inquiriram Moro, feito com quase uma semana de antecedência, provocou  polêmica. Pelo Twitter, a presença de algum jornalista do The Intercept Brasil na bancada de entrevistadores foi cobrado por usuários e pela própria equipe do site.

Em 2019, o Intercept foi responsável por revelar conversas do ex-juiz que colocaram em xeque sua atuação à frente da Operação Lava Jato, bem como a de outros membros da força-tarefa, na série de reportagens que ficou conhecida como #VazaJato.

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