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Sob protestos, José Dirceu chega a prédio onde vai morar no Sudoeste

Movimentação ocorreu em frente ao Bloco A da 305. Ex-ministro chegou às 21h30. Durante tumulto, PM jogou bomba de gás

atualizado

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Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles
josé dirceu
1 de 1 josé dirceu - Foto: Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

Um tumulto em frente ao bloco Bloco A da 305 do Sudoeste chamou atenção de quem passava pela quadra na noite desta quinta-feira (4/5). Cerca de 150 pessoas, segundo a Polícia Militar, protestavam contra José Dirceu. A aglomeração começou no fim da tarde, mas foi quando o ex-ministro do governo Lula chegou, às 21h30, que os ânimos se exaltaram.

Um cabo da PM jogou uma bomba de gás para que a multidão desse passagem ao carro, um Nissan Kicks com placa de Belo Horizonte. A fumaça fez um cinegrafista se sentir mal. O motorista que trouxe Dirceu precisou dar três voltas no estacionamento até conseguir entrar na garagem. Um ativista chegou a chutar a lataria do carro.

Sob vaias e xingamentos, o veículo em que Dirceu estava entrou na garagem e os manifestantes aproveitaram o portão aberto para acompanhar o petista. Ele desceu do automóvel e, com escolta de PMs, entrou no elevador sem falar com a imprensa.

Dirceu estava preso desde agosto de 2016, em Curitiba, após ser condenado por envolvimento com a Operação Lava Jato. Nesta semana, ganhou o direito de recorrer em liberdade. Na quarta (3), ele deixou o Paraná e seguiu para Vinhedo (SP).

De São Paulo, viajou de carro até o Distrito Federal, onde vivem sua namorada, Simone Patrícia Tristão Pereira, e a filha caçula do casal, Maria Antônia, 6. As duas moram no Edifício Kopenhagen, no Sudoeste, onde Dirceu ficará.

Por volta das 20h, ativistas do movimento “Nas Ruas” deram início ao protesto. Eles entoavam gritos como “Supremo Tribunal, vergonha nacional”. Os manifestantes levaram panelas e muitos deles vestiam camisetas amarelas ou da seleção brasileira. Cada carro que passava pelo local e buzinava era saudado pelos manifestantes.

Um boneco do ministro Ricardo Lewandowski foi inflado próximo ao bloco, mas murchou após o gerador parar de funcionar, às 21h.

Uma das pessoas atualmente mais próximas e solidárias a Dirceu é o ex-secretário de Administração do GDF Wilmar Lacerda. Na semana passada, o também petista visitou o ex-ministro na cadeia. “Ele é um cara forte, resignado, não se desesperou durante o tempo que passou preso”, disse Wilmar, que hoje assessora a Liderança do PT no Senado. Ele contou que, nos últimos tempos, muitos ex-aliados e antigos amigos se afastaram de Dirceu, mas que agora ele terá a chance de reconstruir minimamente sua vida: “Deixem o Zé em paz, ele precisa de um tempo para passar com a família, para se recuperar”.

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Prisão
Preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, em agosto de 2016, José Dirceu teve a prisão preventiva revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última segunda-feira (2). O ex-ministro foi condenado em duas ações penais relacionadas à Lava Jato a mais de 30 anos de prisão por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Dirceu ficará em liberdade com tornozeleira eletrônica e não poderá deixar o país. A medida foi determinada pelo juiz Sérgio Moro, que é responsável pelas ações penais da Lava Jato na primeira instância.

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