metropoles.com

Lira pauta PEC que amplia imunidade parlamentar e limita Justiça

A proposta foi colocada diretamente na pauta do plenário da Câmara, sem passar por discussão de mérito ou de constitucionalidade

atualizado

Compartilhar notícia

Fotos Igor Estrela/Metrópoles
Lira 6
1 de 1 Lira 6 - Foto: Fotos Igor Estrela/Metrópoles

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), incluiu na pauta desta quarta-feira (24/2) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria novas regras para a imunidade parlamentar e para a prisão de deputados e senadores. A matéria será discutida em plenário, mesmo sem ter passado por nenhuma discussão de mérito ou de admissibilidade constitucional.

De autoria do deputado Celso Sabino (PSDB-PR), a medida é uma reação ao caso do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que teve prisão determinada na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Câmara manteve a decisão, mas Lira agora quer mudar as regras previstas na Constituição sobre prisão de parlamentares.

Em rápida conversa com jornalistas no Salão Verde, Lira disse que a proposta “não significa impunidade” para parlamentares. O presidente da Câmara estava de saída para participar de uma cerimônia no Palácio do Planalto, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas avisou que voltará à Casa legislativa para votar a matéria ainda nesta quarta-feira.

A relatora da matéria é a depurada Margarete Coelho (PP-PI), do mesmo partido de Lira. Ela oferecerá seu parecer em plenário.

De acordo com o vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), o que será votado nesta quarta-feira será a admissibilidade constitucional da proposta. Esse seria o trabalho da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que ainda não deu início aos trabalhos neste ano. Para a admissibilidade, a qual marcaria o início da tramitação de uma PEC no Legislativo, é necessária a aprovação por maioria simples dos presentes.

A PEC amplia os limites da imunidade parlamentar. O autor justifica a necessidade da mudança constitucional sob alegação de que é necessário impor um “freio de arrumação” em “desequilíbrios” na relação com o Judiciário.

Entre as propostas, o texto dispõe que só será permitida a aplicação de medidas cautelares contra parlamentares, tal como afastamento de um deputado, após decisão da maioria do plenário do STF.

“Medidas cautelares que interfiram no mandato parlamentar – e que são, por essa razão, gravíssimas – terão a produção de seus efeitos condicionadas à ratificação da respectiva decisão pelo plenário do STF”, estabelece a redação da PEC.

Outro ponto polêmico é o que condiciona a uma decisão da Câmara ou do Senado a análise, por parte da polícia ou da Justiça, de materiais apreendidos em operações policiais no Congresso ou nas residências de parlamentares.

Polícia Legislativa

A PEC obriga que a Polícia Legislativa seja informada e acompanhe as operações, quando ocorrerem nas dependências do Congresso.

O texto ainda define que locais e condições para a prisão dos parlamentares em caso de flagrante serão também decididos pela Câmara ou pelo Senado – e não mais por magistrados. A ideia é delegar essa responsabilidade às comissões de Constituição e Justiça das duas Casas.

Divulgado nessa terça-feira (23/2), o documento obteve 186 assinaturas nesta quarta e foi protocolado. O mínimo necessário para a apresentação da PEC são 171 assinaturas.

Durante as discussões no plenário, nesta quarta, parlamentares reclamaram da atitude de Lira. “Mudanças na Constituição não podem ser feitas dessa forma”, declarou o deputado Fábio Trad (PSD-MS).

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) disse que não votará para a aprovação da PEC. “Mandato não dá salvo-conduto para cometimento de crime. Para mim, essa é a PEC da impunidade”, afirmou a legisladora federal.

Confira a íntegra da PEC da Imunidade:

CD 213522477900 by Rebeca Borges on Scribd

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?