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Flávio falta à acareação. Marinho argumenta: “Alguém mentiu, e não fui eu”

A defesa do senador disse que ele está cumprindo agenda no Amazonas e pediu para que o encontro ocorra em seu gabinete no Senado

atualizado

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Fotos Igo Estrela/Metrópoles
Flávio-CPI
1 de 1 Flávio-CPI - Foto: Fotos Igo Estrela/Metrópoles

A acareação que estava marcada para a tarde desta segunda-feira (21/9) entre o empresário Paulo Marinho, presidente do PSDB do Rio de Janeiro e suplente do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e o filho “01” do presidente Jair Bolsonaro acabou não ocorrendo.

Isso porque o senador, filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, não compareceu para prestar esclarecimentos na investigação que apura o suposto vazamento de informações da Operação Furna da Onça, que apura um esquema de desvio de dinheiro público ocorrido da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que ficou conhecido como “rachadinha”.

Ao chegar à sede do Ministério Público Federal (MPF), no centro do Rio de Janeiro, às 14h30, o empresário chegou a falar com jornalistas. “Com certeza alguém mentiu, né? E não fui eu”.

A defesa do senador informou que ele está no Amazonas, cumprindo uma agenda oficial, e que entrou com uma pedido para que a acareação seja remarcada para o dia 5 de outubro, no gabinete dele, em Brasília.

O MPF marcou a acareação porque considera que um dos dois mentiu em depoimento sobre suposto vazamento da operação.

O compromisso estava marcado para as 15h. A defesa argumenta que Flávio, como senador, tem prerrogativa de foro e pode, pela lei, agendar dia, hora e local de oitivas.

Diante do não comparecimento do senador, o MPF vai investigar se houve crime de desobediência. Se isso for constatado, o MPF encaminhará o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), já que o senador tem foro privilegiado.

Na denúncia, Paulo Marinho aponta que durante o segundo turno, em 2018, ouviu Flávio falar que um delegado da Polícia Federal (PF) teria vazado a informação sobre a operação que atingiria o ex-assessor Fabrício Queiroz e parentes dele. Marinho sustenta que o agora ex-aliado soube antecipadamente que a Lava Jato iria atingir a Alerj. As investigacões apontaram relatórios do Coaf sobre movimentações financeiras atípicas em mais de 20 gabinetes da Alerj, entre eles, o de Flávio.

Enquanto seu depoimento era aguardado no Rio de Janeiro, Flávio e o irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), participavam de um programa de TV ao lado do apresentador Sikêra Júnior no qual apareceram dançando e cantando uma música de duplo sentido se referindo a “maconheiros”.

Ele também aparece em foto compartilhada pela TV A Crítica, na qual o programa foi transmitido.

Em nota, a defesa do senador informou que a “sua ausência no ato de hoje se deveu a compromissos da sua agenda oficial, que o fizeram estar no Amazonas nesta data. Essa possibilidade foi levantada há cerca de um mês, por escrito, diretamente ao MPF, que não quis alterar a data apesar de expressa disposição legal. Hoje a defesa ingressou com nova petição, sugerindo a data de 05/10/2020 para a realização do ato”, diz a nota.

A assessoria do senador também contestou a tese da desobediência levantada pelo MPF alegando que o procurador não poderia dar “ordem” ao senador.

“Quanto à tese de crime de desobediência insinuada pela Procuradoria, é lamentável sob vários aspectos. Nem o Procurador da República poderia dar ordem ao senador e nem essa ‘ordem’ seria legal, pelo que constituiria uma impropriedade técnica com poucos precedentes na história do Judiciário fluminense.

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