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“Existe uma linha que não pode transpor”, diz Mourão sobre Pazuello

Pazuello é investigado por suspeita de ter violado o Regulamento Disciplinar do Exército ao participar de manifestação pró-governo

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Hamilton Mourão fala com a imprensa na saída da vice-presidência
1 de 1 Hamilton Mourão fala com a imprensa na saída da vice-presidência - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, nesta quarta-feira (2/6), que existe uma “linha tênue” entre o exercício da política e da vida militar, que não pode ser ultrapassada. O general comentou, em entrevista à Rádio Gaúcha, sobre a iminência de punição, pelo Exército, ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

“O Pazuello é um militar da ativa, então ele tem que se cuidar. Quem está no governo tem que entender que há uma linha tênue que separa o exercício da função e o exercício da política. É uma linha tênue que ele não pode transpor”, disse Mourão na entrevista.

O militar é alvo de processo disciplinar no Exército por ter participado de manifestação pró-governo no Rio de Janeiro, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 23 de maio deste ano.

Ao Exército, Pazuello negou que tenha cometido transgressão militar ao participar do ato. O Regulamento Disciplinar da corporação proíbe militares da ativa de se manifestarem sobre assuntos políticos.

Mourão reforçou que evita comentar o caso do colega militar por três motivos: 1) Porque é uma questão interna do Exército; 2) por ser vice-presidente da República e; 3) porque é um general da reserva e eventuais comentários também podem configurar transgressão.

Nomeação para cargo no Planalto

Na terça-feira (1º/6), o general Eduardo Pazuello foi nomeado para o cargo de secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.

A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) e é assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos.

Questionado se a nomeação do general não seria uma tentativa de ofuscar eventuais punições rigorosas, Mourão negou.

“A nomeação do Pazuello para um cargo no governo não influi nem contribui em decisão que o comandante vai tomar, então vamos aguardar. Não vejo problema nisso aí. Livre-arbítrio do presidente da República [para] nomear os assessores dele e nomeou o Pazuello numa função de estudos estratégicos”, declarou o vice-presidente.

 

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