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Deputada de SC diz que só paga emenda para “amigo apoiador”

Ana Campagnolo destinou R$ 250 mil a uma federação presidida pelo próprio advogado dela. Caso foi revelado pelo Metrópoles

atualizado

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A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL-SC) afirmou, em entrevista ao programa Pânico, na quarta-feira (2/3), que destina emendas parlamentares apenas para amigos e apoiadores. “Só pago emenda para amigo, apoiador e pessoa que compartilha dos mesmos ideais que eu”, disse ela.

Na terça-feira (1º/3), o Metrópoles revelou que Ana Campagnolo destinou R$ 249,8 mil em emenda parlamentar para uma entidade cujo presidente é amigo e advogado dela, o empresário Gastão Filho.

O montante foi repassado em dezembro de 2021 para a Fundação Catarinense de Hipismo (FCH).

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A parlamentar fazia questão de mencionar publicamente, porém, que o advogado a defende de graça. “Tamanha é a sua generosidade que, além de me representar em todos os processos sem nada cobrar, ainda ofereceu um passeio maravilhoso”, escreveu.

Em entrevista ao Pânico, Campagnolo também disse que já destinou mais de R$ 3 milhões “para comprar fuzil”.

A parlamentar catarinense assegurou, ainda, que irá ingressar com processos judiciais contra o Metrópoles, em âmbito civil e criminal.

“A quantidade de coisas que repercute negativamente contra mim que é mentira… Isso daí vai ser um processo que o cara vai levar. E que eu não sei nem se o jornalista tem como pagar. Mas espero que perca até o carro velho que ele tem”, provocou.

Confira a íntegra da conversa:

Hoje, a Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) avalia se abrirá investigação contra a parlamentar.

O artigo 37 da Constituição Federal assegura que a administração pública obedecerá ao princípio da impessoalidade, entre outros.

O Metrópoles procurou Ana Campagnolo antes da publicação da reportagem para que ela pudesse se manifestar. A deputada disse, no entanto, que não responderia, pois “jornalistas costumam distorcer ou alterar o sentido dos depoimentos”.

Após a matéria ser publicada e seguidores exigirem explicações nas redes sociais, Campagnolo divulgou uma nota. Ela alegou se tratar de uma “fake news”.

“Um aprendiz de jornalista publicou uma matéria estrambólica afirmando que direcionei uma emenda parlamentar ao meu advogado (?!), como se lá um deputado pudesse fazer algo desse tipo”, declarou.

“Só queria registrar aqui o meu agradecimento a todos que estão replicando essa FAKE NEWS com a convicção de que poderiam me prejudicar de alguma forma. Foi assim que vocês ajudaram a me transformar na política mais influente das redes sociais em Santa Catarina”, prosseguiu.

A destinação da emenda parlamentar à entidade presidida por Gastão Filho, no entanto, foi confirmada pela própria deputada estadual. Veja:

 

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O Metrópoles também confirmou o repasse junto à transferência do governo de Santa Catarina.

A reportagem procurou Gastão Filho no dia 22/2, por telefone e WhatsApp, e reiterou o contato no dia 4 de março, mas não houve resposta. Após a publicação da matéria, o escritório de Gastão enviou a seguinte nota, reproduzida na íntegra:

“A destinação de emenda à Federação Catarinense de Hipismo teve por objetivo promover o hipismo catarinense, sem qualquer benefício direto ao dirigente esportivo Claudio Gastão da Rosa Filho, que não é e nunca foi empresário ou a seus familiares.

A relação profissional e de amizade do dirigente esportivo Claudio Gastão da Rosa Filho com a deputada Ana Campagnolo, fato amplamente divulgado nas redes sociais da deputada antes mesmo de qualquer matéria jornalística, não acarretou ao dirigente esportivo qualquer benefício de natureza pessoal, seja financeira ou politicamente.

Bom frisar, ainda, que a emenda foi proposta pela deputada Ana Campagnolo, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Caterina, e repassada, posteriormente, pelo governo do Estado de Santa Catarina à Federação Catarinense de Hipismo, após todos os trâmites de conformidade legal no âmbito do Poder Executivo.

Esclareça-se, ainda, que os valores utilizados não foram destinados, direta ou indiretamente, ao presidente da FHC, Claudio Gastão da Rosa Filho.”

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