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Bolsonaro suspende recursos do orçamento secreto após PT apoiar Lira

Partido de Lira, o Progressistas fez parte da coligação pela reeleição de Bolsonaro. Presidente da Câmara recebeu apoio de aliados de Lula

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Jair Bolsonaro caneta compactor - bic
1 de 1 Jair Bolsonaro caneta compactor - bic - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O atual mandatário da República, Jair Bolsonaro (PL), suspendeu, nesta noite de quarta-feira (30/11), o repasse de recursos do orçamento secreto. A informação foi antecipada pelo Estadão e confirmada pelo Metrópoles. A iniciativa veio à tona após o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, anunciar apoio à reeleição do titular da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

O orçamento secreto, como ficaram conhecidas as emendas de relator, é o modelo de repasse de recursos públicos sem transparência, em troca de apoios para aprovação de matérias tanto na Câmara, quanto no Senado Federal. O mecanismo, criado na gestão Jair Bolsonaro, tem sido usado para que parlamentares aliados ao Palácio do Planalto enviem verbas a seus redutos eleitorais sem serem identificados.

Lira, que integra o partido Progressistas, legenda que fez parte da coligação de Bolsonaro durante a campanha de reeleição, recebeu, na última terça-feira (29/11), o apoio da federação que elegeu Lula. Com a suspensão dos pagamentos relativos ao orçamento secreto, Arthur Lira perde força dentro do Congresso.

Bolsonaro assinou duas medidas que põem fim ao esquema: encaminhou ao Congresso uma proposta que remaneja as verbas para outras áreas e editou um decreto que autoriza o cancelamento dos recursos destinados a uma determinada área e aplicação em outra. Em suma, o Palácio do Planalto não prevê mais nenhum repasse neste ano.

“O presidente da República enviou ao Congresso Nacional projeto de lei que altera a Lei Orçamentária de 2022 (LOA 2022), possibilitando o remanejamento de dotações orçamentárias classificadas com RP 8 e RP 9 para atendimento de despesas classificadas com ‘RP 1’, bem como para suplementação da Reserva de Contingência, mediante a divulgação prévia do relatório de avaliação de receitas e despesas primárias referente ao quinto bimestre de 2022”, diz a nota encaminhada ao Metrópoles.

O projeto enviado pelo atual presidente estabelece que os valores sejam remanejados para, por exemplo, a execução de despesas obrigatórias, como o pagamento de salários dos servidores públicos.

PT e PSB decidem apoiar Lira

O PT, assim como o PV e o PCdoB, formalizou o apoio à reeleição de Lira na Câmara dos Deputados, nessa terça. A disputa está marcada para fevereiro de 2023, e o vencedor vai liderar a Casa no biênio 2023-2024.

O anúncio foi feito pelos líderes de cada partido. Pelo PT, o deputado Reginaldo Lopes (MG) ressaltou que Lira foi o “primeiro” a reconhecer o resultado das urnas, em 30 de outubro.

O PSB – sigla do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que não integra a federação – também anunciou apoio à reeleição de Lira. A legenda terá 14 deputados no próximo ano.

Juntas, as bancadas da federação reúnem 80 deputados em 2023 – PT: 68; PV: 6 e PCdoB: 6. O PSB terá 14 deputados na próxima legislatura.

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