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Bolsonaro sobre indicação de André Mendonça ao STF: “É nossa intenção”

Presidente admitiu desejo de indicar ministro da AGU ao Supremo Tribunal Federal e defendeu que religiosidade dentro da Corte é bem-vinda

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Solenidade de Ação de Graças palacio planalto agenda presidente 19
1 de 1 Solenidade de Ação de Graças palacio planalto agenda presidente 19 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou nesta quarta-feira (7/7) a intenção de indicar o advogado-geral da União, André Mendonça, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) que será aberta em meados de julho, com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello.

“Hoje em dia, é nossa intenção, sim, indicar o senhor André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal”, disse ele em entrevista na tarde desta quarta à Rádio Guaíba, de Porto Alegre.

O presidente lembrou do compromisso de designar alguém “terrivelmente evangélico” para a Corte. Mendonça é bacharel em teologia, pastor e frequentador da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília. Integrantes da bancada evangélica no Congresso davam como certa a indicação.

Segundo Bolsonaro, ele é “uma pessoa que vai nos orgulhar”. “E não tem negociação desse cargo. A indicação, pela Constituição, pertence ao presidente da República. E ele vai defender o Brasil dentro do Supremo Tribunal Federal.”

A intenção de indicar Mendonça foi antecipada a ministros em reunião organizada na terça-feira (6/7). Segundo relatos feitos por ministros presentes, o anúncio foi recebido com palmas.

“Ele é evangélico, não quer dizer que isso seja uma virtude dele. É um direito dele acreditar na Bíblia ou não acreditar. Quem não quiser acreditar, não acredite, né? Mas ele tem um notável saber jurídico. Uma pessoa humilde”, prosseguiu o presidente.

“É um homem humano, sério, humilde. Falou [durante a reunião ministerial] que não abre mão de suas convicções, respeita todo mundo. É uma pessoa ideal para o Supremo. Muito boa para o Supremo Tribunal Federal.”

Religiosidade no Supremo

O chefe do Executivo federal também defendeu “uma pitada de religiosidade, de cristianismo” dentro do Supremo:

“Eu falei um tempo atrás: como seria bom, se uma vez por semana, nessas sessões que são abertas no Supremo Tribunal Federal, começassem com uma oração do André. Quando você olha para o Barroso, dado o que ele defende, coisa que não encontra amparo nenhum no livro preto aí, que é a nossa Bíblia, esse cara não acredita em Deus. Não quero fazer um pré-julgamento dele, mas não acredita em nada”, afirmou.

“Então, uma pitada de religiosidade, de cristianismo, dentro do Supremo, é bem-vinda.”

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Aposentadoria de Marco Aurélio

O atual decano da Corte, Marco Aurélio Mello, irá se aposentar no dia 12 de julho, para “diminuir ao máximo” o número de processos que ficarão em seu gabinete.

Presente no Supremo desde 1990, o ministro foi indicado pelo então presidente Fernando Collor de Mello, de quem é primo.

No início de junho, o presidente do STF, Luiz Fux, pediu ao presidente Jair Bolsonaro que aguardasse a saída de Marco Aurélio para indicar um novo ministro.

“Fux pediu que, por cortesia, o presidente da República aguarde a aposentadoria do Ministro Marco Aurélio Mello, que será no início de julho, antes de indicar um novo nome para o cargo”, informou o STF após reunião entre os dois chefes de Poderes.

Na última quinta-feira (1º/7), em sua última sessão no STF, Marco Aurélio prestou apoio a dois nomes considerados como no páreo pelo cargo: André Mendonça e o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Em meio à sessão solene, ao agradecer os discursos que recebeu, um deles feito por Mendonça, o decano enfatizou as “palavras muito amáveis” do chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) e declarou o seu apoio à indicação dele para a vaga.

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