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Bolsonaro sobre demissão do presidente da Petrobras: “Coisa de rotina”

Presidente avisou que não vai manter o general Joaquim Silva e Luna no comando da petrolífera. Ele deve ficar no cargo até 13 de abril

atualizado

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Reprodução/Foco do Brasil
O presidente Bolsonaro conversa com apoiadores no cercadinho do Alovorada. Ele está sem máscara, sério, e rodeado por pessoas - Metrópoles
1 de 1 O presidente Bolsonaro conversa com apoiadores no cercadinho do Alovorada. Ele está sem máscara, sério, e rodeado por pessoas - Metrópoles - Foto: Reprodução/Foco do Brasil

Um dia depois de demitir o general Joaquim Silva e Luna do comando da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou a troca. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta terça-feira (29/3), o mandatário disse: “É coisa de rotina, sem problema nenhum”. A conversa foi registrada por um canal no YouTube simpático a Bolsonaro.

Esta foi a primeira manifestação pública do presidente após a decisão. Bolsonaro escalou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para informar oficialmente a Silva e Luna que ele não continuará no cargo.

O presidente da petrolífera deve continuar no posto até 13 de abril, quando está marcada a próxima assembleia geral dos acionistas da estatal.

No lugar de Silva e Luna, o governo indicou o economista Adriano José Pires Rodrigues, especialista do setor de óleo e gás. Atualmente, ele é diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), onde coordena os projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, e o mercado de derivados de petróleo e gás natural.

Mesmo já “demitido”, o general Silva e Luna viajou para Brasília, no início da noite de segunda-feira (28/3), para participar de um evento do Superior Tribunal Militar (STM) na manhã desta terça, ao lado de ministros do governo.

O general discursará no seminário “O Brasil em Transformação”, promovido pelo STF e pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da Justiça Militar da União (Enajum).

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Último reajuste foi a gota d’água

Esta é a segunda troca na petroleira em um ano. O motivo da mudança são as queixas de Bolsonaro sobre as altas nos preços dos combustíveis.

Em 10 de março, a Petrobras anunciou mega-aumento no valor dos combustíveis nas refinarias — alta de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel. Desde a nova cobrança, o presidente Jair Bolsonaro tece críticas à Petrobras.

O preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Para o diesel, o custo médio passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro.

Um dia depois do aumento da empresa, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que altera a regra de incidência do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre combustíveis, e Bolsonaro sancionou. A iniciativa foi uma tentativa de amenizar o repasse da alta dos preços ao consumidor final.

Recentemente, o chefe do Executivo federal disse que a empresa cometeu um “crime contra a população” com o reajuste. Também afirmou que o preço dos combustíveis no Brasil é “impagável” e defendeu a privatização da Petrobras.

Em 16 de março, o presidente já chegou a admitir a possibilidade de substituir Silva e Luna, mas ressaltou que não tem poder para interferir na empresa.

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