metropoles.com

Bolsonaro: “Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, tubaína”

Durante entrevista, presidente da República disse que Ministério da Saúde deve publicar novo protocolo sobre uso da substância nesta quarta

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro no Alvorada
1 de 1 Jair Bolsonaro no Alvorada - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender nesta terça-feira (19/05) o uso da cloroquina por pacientes que apresentarem sintomas do novo coronavírus.

Em entrevista ao Blog do Magno, feita em uma rede social, Bolsonaro disse que “toma [a substância] quem quiser”.

“Pode ser que lá na frente digam que foi placebo. Mas pode ser que digam que curava. Na minha consciência, não vai ter isso. Toma quem quiser. Quem não quiser, não toma. Quem for de direita toma cloroquina, quem for de esquerda toma tubaína”, ironizou o presidente.

Na mesma entrevista, Bolsonaro anunciou que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, vai assinar um novo protocolo sobre a substância nesta quarta-feira (20/05).

Pazuello foi nomeado secretário-executivo do então ministro da Saúde Nelson Teich, que deixou o cargo na semana passada. Desde então, o general comanda a pasta de forma interina.

Assim como Teich, o também ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta deixou o governo após discordar de Bolsonaro sobre cloroquina e isolamento e distanciamento social.

O presidente da República é defensor da substância no combate ao novo coronavírus. De acordo com balanço do Ministério da Saúde no início da noite desta terça, o Brasil tem 17.971 mortes e 271.628 casos confirmados da Covid-19.

O que diz o Conselho Federal de Medicina
Em abril, após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) disse que não recomenda o uso da hidroxicloroquina para pacientes em tratamento de Covid-19. O órgão liberou (não é uma recomendação, é uma autorização), no entanto, que médicos receitem o medicamento em três casos específicos:

  • quando o paciente está em estado crítico, internado em terapia intensiva, com lesão pulmonar estabelecida. Nesse caso, a hidroxicloroquina pode ser usada pelos médicos “por compaixão”. Geralmente, isso ocorre quando o paciente já está fora de possibilidade terapêutica e o médico, com autorização da família, utiliza a substância;
  • quando o paciente, com sintomas de coronavírus, chega ao hospital. Segundo o conselho, existe um momento de replicação viral em que a droga pode ser usada pelo médico com autorização do paciente e familiares; e
  • quando o paciente tem sintomas leves, parecidos com o da gripe comum. Nesse caso, o médico pode usar a hidroxicloroquina, descartando a possibilidade de que o paciente tenha: influenza A ou B, dengue ou H1N1. A decisão deve ser discutida com o paciente.

“O Conselho Federal de Medicina não recomenda o uso da hidroxicloroquina. O que estamos fazendo é dando ao médico brasileiro o direito de, junto com seu paciente, em decisão compartilhada com seu paciente, utilizar essa droga. Uma autorização. Não é recomendação”, disse o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, na ocasião.

Compartilhar notícia