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Alto comando das Forças Armadas discute lista tríplice para trocas

Possíveis indicações de novos comandantes são discutidas após o presidente Bolsonaro demitir o ministro da Defesa, general Azevedo e Silva

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
ministério da defesa
1 de 1 ministério da defesa - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pedir o cargo ao ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, o alto comando das Forças Armadas — Exército, Marinha e Aeronáutica —  discute lista tríplice com nomes para serem indicados em caso de uma possível substituição.

Nesta terça-feira (30/3), os comandantes do Exército, Edson Pujol, da Marinha, Ilques Barbosa Junior, e da Aeronáutica, Antônio Carlos Moretti Bermudez, se reuniram com Azevedo e Silva no Ministério da Defesa. O encontro acabou por volta das 11h.

Contudo, a movimentação nas Forças Armadas ocorre desde a noite de segunda-feira (29/3). O Exército, por exemplo, começou a tratar da possível substituição de Pujol horas após o anúncio da demissão do ministro.

A lista tríplice para indicação de possíveis novos titulares é discutida entre o alto comando de cada força. No Exército, 14 generais quatro estrelas são responsáveis pela escolha. Na Marinha, sete almirantes. Na Aeronáutica, sete brigadeiros do ar.

Braga Netto

O substituto de Azevedo e Silva, general Walter Braga Netto, é esperado no Ministério da Defesa para ser comunicado das decisões dos comandantes.

A nomeação do general foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União, mas o militar ainda não tomou posse.

Internamente, é dada como certa a saída de Pujol. Ele é hierarquicamente mais velho do que Braga Netto, o que gera certo desconforto nas forças.

O entendimento é de que o comandante de uma força não pode ter mais tempo de carreira ou ter postos e graduações superiores ao ministro. Isso ocorre quando o titular da pasta é um militar. Em governos anteriores, quando comumente civis assumiam a chefia da Defesa, essa discussão não existia.

Pressão

A relação do presidente da República com as Forças Armadas vive um momento de tensão. Pressionado politicamente, Bolsonaro tem se fechado cada vez mais em frases de efeito envolvendo os militares.

Com o desgaste do governo, o mandatário do país tem exigido mais apoio público das Forças Armadas. Essa seria uma forma de angariar apreço popular.

Bolsonaro chegou a usar frases citando militares contra critérios de isolamento social impostos por governadores. A medida sanitária é uma das principais contra a propagação da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

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