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“Aqui vou ficar”, diz Greenwald sobre pedidos para ele deixar o país

O jornalista, em depoimento da Câmara, reclamou das tentativas de criminalizar o trabalho jornalístico

atualizado

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Glen Greenwald, do intercept, na Câmara
1 de 1 Glen Greenwald, do intercept, na Câmara - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O jornalista Glenn Greenwald disse, ao participar de uma audiência pública na Câmara dos deputados, que não deixará o Brasil, apesar das ameaças que ele diz ter sofrido após a divulgação em seu site, o Intercept Brasil, de diálogos atribuídos ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da Lava Jato. Nessas mensagens, oriundas de uma fonte anônima, Moro supostamente combina trechos da acusação contra o ex-presidente Lula com os investigadores.

“Estamos recebendo muitas ameaças. Meu marido já denunciou isso. Nas ameaças, figuram muitos dados privados sobre nossa família, sobre nossa casa, tipo de ameaça para sair do país. Mas eu considero que a ameaça mais grave vem do próprio ministro Sergio Moro, que tem nos chamado de aliados dos hackers, e envolvidos em crimes na tentativa de pegar esses documentos. Ele está tentando nos ameaçar, nos intimidar e nos criminalizar”, disse o jornalista ao prestar esclarecimentos na Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

O jornalista disse, ainda, que não deixará o Brasil. “Eu tenho um passaporte norte americano, sou casado com meu marido. Nossos filhos têm passaporte norte-americano. Nossa família pode sair do país a qualquer minuto. Acha que eu ficaria aqui se eu tivesse cometido crime? Posso sair e continuar publicando esses documentos. Mas eu estou aqui e aqui eu vou ficar”, enfatizou.

“Quando ele está tentando acusar a gente, ele está mentindo. Ele deve parar com essa tática contra a liberdade de imprensa que está na Constituição do Brasil, que eu li muitas vezes”, destacou. “O que ele está fazendo é estragar a imagem desse país internacionalmente. O ministro da Justiça está tentando criminalizar o jornalismo”, completou.

Audiência
O jornalista Glenn Greenwald, diretor do site The Intercept, chegou, na tarde desta terça-feira (25/06/2019), à Câmara dos Deputados para participar de uma audiência pública sobre as reportagens publicadas com diálogos atribuídos ao ex-juiz Sergio Moro e ao procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.

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A lista de deputados inscritos para questionar o jornalista, no início da sessão, registrou 50 assinaturas.

Havia a expectativa que Greenwald apresentasse fatos novos que possam endossar a interpretação da existência de uma relação imprópria entre Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, e membros da Lava Jato, entre eles o coordenador da operação, Deltan Dallagnol.

A oposição se articulou para ocupar as primeiras posições para questionar o jornalista, responsável pela divulgação de diálogos atribuídos a Moro e Dallagnol, entre outros. Dos inscritos, menos de 10 deputados são governistas. Do partido do presidente da República, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) foi a terceira a chegar e pedir a fala.

A previsão é que o depoimento de Glenn Greenwald dure até a noite. Ele terá meia hora para uma explanação inicial e, depois, os deputados poderão fazer os questionamentos em bloco de cinco parlamentares. Cada um contará com 3 minutos para a pergunta e direito à réplica. Líderes partidários terão cerca de 5 a 7 minutos, obedecendo o critério da proporcionalidade.

Presente à reunião, o deputado José Guimarães (PT-CE) informou que entrou com um requerimento para que Moro possa ser convocado a prestar esclarecimentos à Câmara.

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