metropoles.com

Na contramão do Planalto, Salles diz que ajuda do G7 é bem-vinda

Ministro afirmou, porém, que as medidas necessárias para conter o fogo e combater o desmatamento ilegal na Amazônia foram tomadas com a GLO

atualizado

Compartilhar notícia

Rafael Carvalho/Governo de transição
Ricardo de Aquino Salles – ministro do Meio Ambiente
1 de 1 Ricardo de Aquino Salles – ministro do Meio Ambiente - Foto: Rafael Carvalho/Governo de transição

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi o convidado desta segunda-feira (26/08/2019) do programa Roda Viva, da TV Cultura. Na ocasião, ele ficou na contramão do palácio do Planalto, que decidiu rejeitar a ajuda de US$ 20 milhões oferecida pelo G7, grupo formado pelas maiores economias do mundo, para o combate do desmatamento e queimadas na Amazônia.

Questionado no programa sobre o assunto, pouco tempo depois que o governo federal anunciou que abriria mão mão da oferta, Salles ratificou o que já havia dito ao longo do dia: a ajuda é bem-vinda.

“Os US$ 20 milhões viriam na forma da colocação de equipamentos, como aviões do Canadá. Em sendo assim, me parece uma ajuda importante de ser aceita”, salientou Salles.

Ao ser perguntado se iria pedir ao ministro-chefe da casa Civil, Onyx Lorenzoni,  para rever o posicionamento de não aceitar os recursos, o ministro do Meio Ambiente ressaltou: “Veja a importância de papéis distintos: o Onyx é o ministro da Casa Civil. Responde por um papel político e que diz respeito todo a esse debate que está sendo feito. Eu sou ministro do Meio Ambiente e tenho uma outra visão técnica, no sentido de agregar o máximo de equipamentos ou instrumentos disponíveis para que a gente ataque o problema como ele é”.

Mais político do que técnico
De acordo com Salles, a avaliação se o acréscimo de equipamentos e aeronaves é necessário ou não será feito pela seara técnica. “Inclusive não é um papel meu. Sou mais político do que técnico”, observou. “A definição sobre a pertinência, a necessidade e o emprego desses equipamentos deverá ser corroborada pelos técnicos, sejam do Ministério da Defesa ou dos grupos de combate ao fogo nos estados ou federal”, completou.

O ministro fez questão de assegurar, porém, que as medidas necessárias para conter o fogo e combater o desmatamento ilegal na Amazônia estão sendo adotadas pelo governo federal através da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) – a utilização de militares em operações para combater as queimadas – independentemente de qualquer ajuda estrangeira.

“Houve um descontingenciamento determinado pelo presidente Bolsonaro ao ministro Paulo Guedes, que liberou uma verba que estava contingenciada no Ministério da Defesa, salvo engano de R$ 39 milhões. Volume de recursos bastante significativo. Vaio dar fôlego para as atividades da GLO”, ponderou.

Compartilhar notícia