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Ministro sobre professor morto em escola: “Não pode virar cotidiano”

Abraham Weintraub visitou o Colégio Estadual Céu Azul, em Valparaíso, onde um aluno assassinou um coordenador na última terça (30/04/2019)

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Abraham Weintraub
1 de 1 Abraham Weintraub - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, visitou o Colégio Estadual Céu Azul, em Valparaíso (GO), no Entorno do Distrito Federal, na tarde desta quinta-feira (02/05/2019). Na última terça, 30 de abril, a escola foi palco de um crime bárbaro: um adolescente matou a tiros um professor da instituição. Em uma breve declaração, Weintraub afirmou que não podemos “permitir que isso se torne uma coisa cotidiana, vista como algo normal”.

Para o número um do Ministério da Educação (MEC), valores foram se perdendo ao longo dos anos. “A gente precisa voltar a resgatar valores básicos, respeitar o próximo”, argumentou Weintraub.

O ministro da Educação ainda declarou que os profissionais da área serão a prioridade da pasta. “O MEC vai colocar a educação básica – vocês aqui, que estão na linha de frente –, municípios, professores, vocês são a prioridade. Têm que estar valorizados”, afirmou.

A visita, programada para 16h, foi informada às 16h15 pela equipe ministerial. A assessoria do ministério informou que Abraham Weintraub esteve na instituição, mas não soube definir o horário certo. O Metrópoles foi até o local, mas encontrou as portas do colégio fechadas.

Veja o depoimento:

Crime
O crime bárbaro ocorreu nas dependências da escola e chocou a população do Entorno. O menor atirou duas vezes contra o professor.

Em depoimento, o rapaz contou ter disparado contra o docente em um momento de raiva, informação contestada pelo delegado responsável pelo caso. “Ele voltou à escola, o que indica uma premeditação”, diz. Na tarde desta quinta-feira (02/05/2019), o menor será ouvido na Vara da Infância e da Juventude de Goiás (VIJ-GO).

De acordo com o delegado regional do Entorno Sul, Rodrigo Mendes, o adolescente alegou ter pegado o revólver emprestado de uma outra pessoa, mas as investigações apontam que a arma pertencia a ele, para o cometimento de outros delitos.

Menos de 24 horas depois de entrar na escola e disparar dois tiros contra o coordenador, o adolescente, de 17 anos, foi apreendido no feriado de 1º de maio. Segundo a Polícia Civil de Goiás, a própria mãe indicou onde o filho estava.

Esconderijo
Mesmo abalada, a mulher levou os policiais até o esconderijo do garoto, que é aluno do 2º ano do ensino médio da escola. Por volta das 12h30 dessa quarta-feira (01/05/2019), ele foi encontrado em cima de uma árvore, na casa de uma conhecida da família dele, no Pedregal, Novo Gama (GO). A mulher pediu e o estudante se entregou.

A mãe contou que o filho estava escondido em uma casa. “Ela foi até ele, e o menino desceu da árvore. Os dois trocaram um abraço e o garoto se entregou”, relatou o delegado Rafael Pareja, que conduz as investigações. O adolescente passou a noite na delegacia de Valparaíso. Nesta quinta-feira (02/05/2019), será apresentado ao juiz e promotor da Vara da Infância e da Juventude. Depois, seguirá para um centro de internação de menores.

O crime ocorreu por volta das 15h de terça-feira (30/04/2019). Após ter sido repreendido pelo coordenador, pela manhã, o estudante saiu dizendo que voltaria. À tarde, ele retornou armado e deu dois tiros em Júlio Cesar – um deles na cabeça da vítima, que já estava caída no chão. O docente deixa a esposa e dois filhos pequenos.

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