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Bolsonaro volta a criticar universidades e diz que interferiu no BB

As declarações foram dadas em café da manhã do presidente com a bancada evangélica, realizado no Palácio do Planalto

atualizado

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Marcos Corrêa/PR
Café da manhã com a Bancada Evangélica
1 de 1 Café da manhã com a Bancada Evangélica - Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a atacar as universidades federais brasileiras durante café da manhã com a bancada evangélica, nesta quinta-feira (11/07/2019), no Palácio do Planalto. Na ocasião, ele comentou que os centros de ensino foram tomados por “partidos de esquerda”, e deixou claro que pretende acabar com a situação.

“A questão universitária é a mesma coisa, aquilo virou terra deles [esquerda], eles que mandam. Tanto é que, muitas vezes, não tem como fugir das listas tríplices, é do PT, PCdoB e só. Agora, o que puder fugir… logicamente tem um voto só, mas estamos tentando por essa questão”, afirmou aos parlamentes.

Em abril, o Ministério da Educação (MEC) ameaçou cortar recursos de instituições públicas que não apresentassem o desempenho acadêmico esperado e, ao mesmo tempo, estivessem promovendo o que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamou de “balbúrdia” em seus campi. Entre as três entidades enquadradas nesses critérios, estava a Universidade de Brasília (UnB).

Banco do Brasil
Aos parlamentares evangélicos, o presidente comparou a situação dos centros acadêmicos com a do Banco do Brasil e assumiu que precisou ligar para o presidente da instituição financeira, Marcelo Augusto Dutra Labuto, para evitar que a “esquerda” tomasse posse nos concursos públicos.

“E a mesma coisa foi com o Banco do Brasil. Tinha um concurso lá, para uma coisa simples, que, para você se inscrever, tinha que ter uma formação e ideologia de gênero. Liguei para o presidente e disse: ‘Pô, nós vamos conduzir de modo que só aqueles que interessam para esquerda possam entrar nesse serviço?’”, assumiu.

Em abril, Bolsonaro vetou uma campanha publicitária do banco, que era protagonizada por jovens negros e tatuados, além de uma transexual. “A linha mudou”, disse, na época, ao justificar a iniciativa.

Nessa quarta-feira (10/07/2019), enquanto garimpava votos para a aprovação da reforma da Previdência, Bolsonaro apaziguou a relação do governo com a oposição e garantiu ser presidente de todos, sem distinção política.

“Sou um presidente de todos, não tenho situação nem oposição. As minhas decisões são respaldadas pelos parlamentares, que ditam o rumo do nosso país. O povo conta com deputados e senadores para que nosso Brasil realmente deixe de ser um país do futuro apenas no discurso”, comentou, no plenário da Câmara dos Deputados.

Popularidade
O presidente Jair Bolsonaro pediu aos evangélicos que apresentem propostas que o governo possa incorporar à sua pauta para trazer a população para o seu lado. Ele recebeu cerca de 80 deputados da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional. O encontro durou pouco mais de uma hora.

“Os senhores têm ideias maravilhosas que, via decreto a gente pode resolver, projeto de lei, inclusão por ocasião do relatório quando um colega faz o seu relatório lá em uma medida provisória ou projeto de lei. Essas pequenas medidas têm um alcance enorme no Brasil e trazem a população para o nosso lado”, disse Bolsonaro.

Entre as “pequenas medidas” de apelo popular, o presidente citou o projeto de lei apresentado por ele em maio que muda o Código de Trânsito Brasileiro e que, entre outras coisas, aumentou a validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de cinco para 10 anos. Também lembrou de sua decisão de acabar com radares eletrônicos. “Com toda a certeza, os senhores têm dezenas, centenas de situações que a gente pode ajudar o povo brasileiro”, disse aos parlamentares.

Ao dar exemplos de medidas populares, Bolsonaro afirmou que o governo pretende apresentar ao Congresso mudanças no exame médico para tirar ou renovar a habilitação. “Estamos propondo aos senhores, via projeto de lei, que o médico que assina o atestado de saúde para renovar ou tirar carteira pode ser o irmão de vocês, pode ser um médico do Hospital Central do Exército. Custo zero”, explicou o presidente, que foi aplaudido pelos parlamentares. (Com Estadão Conteúdo)

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