metropoles.com

Suspeitos de hackear Moro e Bolsonaro queriam comprar armas

Os dados de Walter Delgatti Neto e Danilo Cristiano Marques estão em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)

atualizado

Compartilhar notícia

JP Rodrigues/ Metrópoles
Hackers prestam depoimento na Polícia Federal
1 de 1 Hackers prestam depoimento na Polícia Federal - Foto: JP Rodrigues/ Metrópoles

A Polícia Federal indicou que dois dos suspeitos de hackear os celulares de diversas autoridades, presos durante a Operação Spoofing, eram parceiros na prática de diferentes crimes. Eles também tentaram comprar armas após operações de câmbios para adquirir dólares e euros, segundo apurou o Metrópoles.

Os dados de Walter Delgatti Neto, conhecido como Vermelho, e Danilo Cristiano Marques, foram obtidos pela PF a partir de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O documento aponta que os dois suspeitos movimentaram, entre 1º e 5 de dezembro de 2016, R$ 90,7 mil, segundo informações da Folha de S.Paulo. À PF, a dupla informou que a finalidade das transações de câmbio era a compra de armas. Fato que deve ser registrado.

Delgatti, preso desde terça-feira (23/07/2019), responde a diferentes processos na Justiça, entre eles por estelionato e uso de documento falso.

Entenda
A Polícia Federal prendeu, nessa terça-feira (23/07/2019) quatro pessoas suspeitas de hackearem os celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, de delegados da PF, políticos, juízes. Esses seriam os aparelhos que teriam dado origem à publicação de conversas demonstrando possível interferência do ex-juiz na Operação Lava Jato. Todos os detidos já prestaram depoimento à polícia.

A PF acredita que cerca de 1 mil números tenham sido alvo do grupo suspeito de hackear Sergio Moro, Bolsonaro e diversas autoridades. As investigações continuam. Até agora, não foram apontados indícios de relação entre a ação dos hackers e a divulgação de mensagens privadas de procuradores da Lava Jato  com o ministro Sergio Moro, feitas pelo The Intercept Brasil.

Quem foi preso?
Gustavo Henrique Elias Santos, 28 anos, trabalha como DJ e tem passagens pela polícia por receptação e falsificação de documentos; Suelen Priscila de Oliveira, mulher de Gustavo, sem registros de passagens pela polícia; Walter Delgatti Neto, conhecido como Vermelho, já foi preso por falsidade ideológica e por tráfico de drogas; Danilo Cristiano Marques, já teve uma condenação por roubo.

O que hackers fizeram com informações roubadas?
São vários os questionamentos a respeito da ação do grupo de hackers e não se sabe o que foi feito com o material roubado. Não há, por exemplo, até o momento, nenhuma prova que ligue Vermelho e os demais às mensagens publicadas pelo site The Intercept Brasil, que supostamente teriam sido trocadas pelo então juiz da Lava Jato, Sergio Moro, e integrantes da força-tarefa da operação. Tal hipótese nem sequer consta da decisão do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, que determinou a prisão temporária dos quatro suspeitos.

Como os hackers atuavam?
A investigação da PF indica que os hackers tiveram acesso ao código enviado pelos servidores do aplicativo Telegram ao celular de Moro para abrir a versão do app em um navegador. Depois, eles fizeram chamadas para o número da vítima, “a fim de que a linha ficasse ocupada e a ligação contendo o código de ativação do serviço Telegram Web fosse direcionada para a caixa postal da vítima”, explicou Vallisney.

Até o momento, quais autoridades foram vítimas da invasão?
– Jair Bolsonaro, presidente do República
– Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública
– Abel Gomes, desembargador do TRF da 2ª Região
– Flávio Lucas, juiz da 18ª Vara Federal do Rio de Janeiro
– Rafael Fernandes, delegado da Polícia Federal em São Paulo
– Flávio Vieitez Reis, delegado da Polícia Federal em São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro também foi alvo de hackers?
Sim, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Por questões de “segurança nacional”, a pasta foi informada pela Polícia Federal. Um lado pericial será enviado ainda nesta semana para a investigação, como forma de balizar os próximos passos da apuração.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?