Bolsonaro também foi alvo de hackers, segundo Ministério da Justiça
De acordo com o MJ, o chefe do Executivo está ciente da situação. Não há mais informações sobre o destino dos aparelhos
atualizado
Compartilhar notícia

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), foi alvo de hackers, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Por questões de “segurança nacional”, a pasta foi informada pela Polícia Federal. Visando balizar os próximos passos da apuração, laudo pericial será enviado ainda esta semana para a investigação.
De acordo com o MJ, a situação já foi comunicada ao presidente Bolsonaro. Não há mais informações sobre o destino dos aparelhos hackeados. O chefe do Palácio do Planalto cumpre, nesta quinta-feira (25/07/2019), agenda oficial em Manaus.

A Operação Spoofing cumpriu sete mandados de busca e apreensão e ocorreu no estado de São Paulo, mas os presos foram trazidos a Brasília para interrogatório JP Rodrigues/ Metrópoles

Dois suspeitos tiveram as fotos divulgadas: Gustavo Henrique Elias Santos, 28 anos; e Walter Delgatti Neto, 30 Reprodução/EPTV

Gustavo Henrique Elias Santos é um dos suspeitos de envolvimento em invasão de celulares Reprodução/EPTV

Gustavo Henrique Elias Santos tem 28 anos e trabalha como DJ. Segundo a PF, ele tem passagens pela polícia por receptação e falsificação de documentos Reprodução

Além de Delgatti, foram presos o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques JP Rodrigues/ Metrópoles

Jp Rodrigues/Metrópoles

PF apreende R$ 100 mil na casa de suspeito de hackear Moro Polícia Federal/Divulgação

Além dos mandados de prisão temporária, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos hackers e a pessoas que teriam supostamente atuado em conjunto com eles Hugo Barreto/ Metrópoles

Luiz Spricigo, diretor-geral do Instituto Nacional de Criminalística comentou sobre o caso Hugo Barreto/ Metrópoles

O ex-ministro Sergio Moro Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ex-ministro Sergio Moro Michael Melo/Metrópoles

Igo Estrela/Metrópoles

Ex-ministro Sergio Moro Rafaela Felicciano/Metrópoles
Segundo a Polícia Federal (PF), os hackers invadiram celulares de ministros, deputados, procuradores, delegados e outras autoridades públicas. Ao menos 1 mil celulares foram clonados.
Desde terça-feira (23/07/2019), quatro pessoas estão presas acusadas de invadirem os aparelhos. As invasões teriam dado origem à publicação de conversas que demonstravam possível interferência do ex-juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato.
Na casa de um dos suspeitos, a polícia apreendeu um computador com vários atalhos para a conexão de aplicativos. “O conteúdo capturado era baixado para os computadores dos investigados. Isso ainda está sendo periciado”, disse o delegado João Vianey Xavier Filho, coordenador de Inteligência da PF.
Para invadir os celulares, os suspeitos utilizaram uma falha comum a todas as operadoras de telefonia. Segundo as investigações, com a ajuda de um programa da empresa BRVoz, os hakers entravam na caixa postal e roubavam arquivos por meio de ligações do próprio número que recebia o telefonema.
Identificação dos suspeitos
Pelos dados do cadastro da empresa que vendeu o programa usado na fraude, os investigadores da Polícia Federal chegaram às identidades dos quatro suspeitos, após diligências. Eles utilizaram os endereços disponibilizados para identificá-los.
Gustavo Henrique Elias Santos fez uso do nome da mãe, Marta Maria Elias, para se cadastrar na empresa que vende o programa que auxiliou na invasão dos celulares. Descobriu-se também que Suelen Priscila de Oliveira é namorada de Gustavo.
Gustavo e Suelen terão as contas bancárias investigadas por movimentações suspeitas que ultrapassam R$ 600 mil. A renda mensal de cada um é inferior a R$ 3 mil.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu prisão temporária, busca e apreensão, quebra de sigilos de e-mail e bancário, além de bloqueio de bens dos suspeitos. A Justiça Federal de Brasília acatou o pedido. Outras duas pessoas foram presas. Todos são do estado de São Paulo, sendo dois do interior e dois da capital.
Crimes “repulsivos” e confissão
De acordo com o juiz Vallisney de Oliveira, de Brasília, há “fortes indícios” de que os suspeitos formaram uma organização criminosa para violar o sigilo de autoridades. Por classificar o crime como “repulsivo”, decretou a prisão temporária dos quatro.
Nessa quarta-feira (24/07/2019), Walter Delgatti Neto, conhecido como “Vermelho”, confessou ser o responsável pela invasão dos celulares de Moro e demais autoridades, como procuradores, delegados, deputados.
Conforme a investigação, o grupo usou uma brecha do aplicativo Telegram. O advogado de um dos presos alegou que seu cliente viu, no celular de um amigo também detido, mensagens que seriam de Moro.
Confira a nota na íntegra:
“O Ministério da Justiça e Segurança Pública foi, por questão de segurança nacional, informado pela Polícia Federal de que aparelhos celulares utilizados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, foram alvos de ataques pelo grupo de hackers preso na última terça feira (23). Por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao presidente da República.”