metropoles.com

Quem era João Beto, o negro assassinado por seguranças no Carrefour

O bonachão João Alberto, de 40 anos, morava em uma comunidade na zona norte de Porto Alegre e era torcedor do São José

atualizado

Compartilhar notícia

Arquivo Pessoal
João Beto, o negro assassinado por seguranças no Carrefour
1 de 1 João Beto, o negro assassinado por seguranças no Carrefour - Foto: Arquivo Pessoal

Morto na noite dessa quinta-feira (20/11) após ser espancado por dois seguranças do supermercado Carrefour, em Porto Alegre (RS), João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, se sustentava fazendo bicos.

João Beto – como era conhecido pelos amigos – morava em uma comunidade na Vila Farrapos, zona norte de Porto Alegre, onde era bastante querido pelos vizinhos. Ele deixa uma esposa de 43 anos, a cuidadora de idosos Milena Borges Alves.

“Profissão dele era fazer qualquer tipo de bico: pintor, pedreiro… Ele vivia de bicos. Nunca fez mal para ninguém, nunca roubou ninguém. Era um cara bonachão, cara legal”, disse Flávio Chaves, amigo da vítima.

“Ele era preto, pobre e morador de favela, era um homem que a comunidade amava. Andava sempre tomando uma cervejinha à noite, às vezes com a ‘patroa’ dele. Era um homem respeitoso, e a comunidade gostava dele por isso. Abraçava todo mundo com alegria e entusiasmo”, prosseguiu.

Torcedor do São José, time de futebol que disputa atualmente a terceira divisão do Brasileiro, João Alberto, gostava de fazer um churrasco com cerveja antes das partidas. Ele morava próximo à Arena do Grêmio.

0

A torcida organizada do São José, batizada de Os Farrapos, publicou uma nota em homenagem à vítima. “Há relatos que os seguranças bateram a cabeça dele no chão por diversas vezes e Beto clamava por socorro e pedia para respirar”, conta.

Além disso, a vítima era tamboreiro da religião umbanda. “Talvez por isso e por carregar seus fios de contas no pescoço tenha chamado a atenção”, conta Flávio, que era vizinho desde a infância de João Beto.

Autores do homicídio, os dois seguranças, identificados como Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, foram autuados por homicídio qualificado. Um deles é policial militar e o outro é segurança do Carrefour.

Segundo a delegada Roberta Bertoldo, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), João Alberto teria desferido um soco contra um dos seguranças antes de ser espancado até a morte. As investigações sobre o caso continuam.

“Ele pode ter tido um ataque cardíaco em função das agressões e de estar sendo pressionado, porque ele ficou no chão e duas pessoas em cima dele o contendo”, disse Roberta Bertoldo.

Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que a vítima é agredida por dois seguranças.

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?