Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que os celulares dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também foram alvo dos criminosos. Os comandantes do Congresso Nacional teriam tido seus aparelhos hackeados.
O próprio ministro da Justiça, Sergio Moro, está avisando os líderes das casas. O Metrópoles apurou que o ex-juiz federal ligou para Maia na tarde desta quinta-feira (25/07/2019). No entanto, de forma oficial, o presidente da Câmara dos Deputados informou “que não utiliza o aplicativo Telegram e que teve conhecimento de um suposto hackeamento pela imprensa”
Já Alcolumbre está no interior do Amapá e ainda não conversou com o ministro nem com a Polícia Federal sobre o ocorrido, mas divulgou uma nota sobre o ocorrido. “Manifesto minha indignação com a invasão de minha privacidade e não posso deixar de reafirmar minha repulsa às atividades desses criminosos virtuais, pois elas também representam uma afronta aos Poderes da República e à população brasileira”, afirmou.
No fim do dia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou à reportagem que houve tentativa de invasão ao celular de Raquel Dodge. O fato foi percebido pela própria procuradora-geral, em maio deste ano, e avisado à PF no mesmo mês.
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, também foi uma das vítimas. Em nota, o ministro disse que recebeu a ligação de Moro o avisando da invasão, mas que está tranquilo “porque não tem nada a esconder e também utilizava pouco o Telegram”.
No início da noite, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, também foi avisado pelo ministro da Justiça d eque integrantes da Corte foram hackeados. Ainda não há confirmação de quais ministros tiveram seus celulares invadidos. O que se sabe é que o presidente do STJ e a ministra Rosa Weber não estão entre as vítimas.

A Operação Spoofing cumpriu sete mandados de busca e apreensão e ocorreu no estado de São Paulo, mas os presos foram trazidos a Brasília para interrogatórioJP Rodrigues/ Metrópoles

Dois suspeitos tiveram as fotos divulgadas: Gustavo Henrique Elias Santos, 28 anos; e Walter Delgatti Neto, 30 Reprodução/EPTV

Gustavo Henrique Elias Santos é um dos suspeitos de envolvimento em invasão de celularesReprodução/EPTV

Gustavo Henrique Elias Santos tem 28 anos e trabalha como DJ. Segundo a PF, ele tem passagens pela polícia por receptação e falsificação de documentosReprodução

Além de Delgatti, foram presos o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano MarquesJP Rodrigues/ Metrópoles

Jp Rodrigues/Metrópoles

PF apreende R$ 100 mil na casa de suspeito de hackear MoroPolícia Federal/Divulgação

Além dos mandados de prisão temporária, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos hackers e a pessoas que teriam supostamente atuado em conjunto com elesHugo Barreto/ Metrópoles

Luiz Spricigo, diretor-geral do Instituto Nacional de Criminalística comentou sobre o casoHugo Barreto/ Metrópoles

O ex-ministro Sergio MoroFoto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ex-ministro Sergio MoroMichael Melo/Metrópoles

Igo Estrela/Metrópoles

Ex-ministro Sergio MoroRafaela Felicciano/Metrópoles
Mais cedo, Moro afirmou que seu ministério e a PF trabalhavam para identificar rapidamente todas as vítimas dos hackers presos na terça-feira (23/07/2019) na Operação Spoofing. Com as identificações confirmadas, os demais donos de celulares atingidos serão comunicados oficialmente. Segundo o titular da Justiça, esse contato será feito sejam as vítimas autoridades públicas ou pessoas privadas.
Na terça-feira, a PF prendeu quatro suspeitos de envolvimento na invasão de celulares de autoridades – de Moro ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), passando por procuradores, juízes, delegados da PF e jornalistas, segundo a investigação.
Em entrevista coletiva na quarta-feira (24/07/2019), a PF informou que a investigação inicial detectou “ao menos 1 mil” celulares que teriam sido clonados pelo grupo, preso em Araraquara, Ribeirão Preto e São Paulo.
Segundo um dos peritos, no material apreendido na casa de um dos presos, havia uma conta no aplicativo Telegram em nome de “Paulo Guedes”. Isso indicaria que a invasão do aparelho do ministro da Economia teria sido feita pelos mesmos suspeitos. A confirmação, porém, depende da perícia que está sendo feita.