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Após 55 detentos mortos no AM, governo monitora situação em presídios

Agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) vão atuar no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Presídio Manaus
1 de 1 Presídio Manaus - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Luiz Pontel, disse, nesta terça-feira (28/05/2019), que a pasta está monitorando a situação no sistema prisional do Amazonas e que não há, até o momento, indícios de que a onda de violência que já vitimou 55 presos em apenas dois dias possa se espalhar para os presídios de outros estados.

“Não acreditamos [na possibilidade de a onda de violência nos presídios se espalhar]”, declarou Pontel ao ser perguntado sobre a hipótese de organizações criminosas presentes no Amazonas ordenarem ataques em estabelecimentos prisionais de outras unidades da Federação.

“Estamos monitorando a situação não só em Manaus mas também as que, eventualmente, possam acontecer em outros presídios, situações colaterais decorrentes das ações destas organizações criminosas”, acrescentou o secretário-executivo, esclarecendo que as informações que os órgãos de Segurança dos estados repassam à Diretoria de Inteligência Penitenciária não apontam nenhuma movimentação nesse sentido.

Até o fim desta terça, o secretário-executivo deve assinar a autorização para que agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) atuem no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. O pedido de apoio da força-tarefa foi feito pelo governo estadual.

“O Ministério vai apoiar o estado do Amazonas neste evento, nesta diligência”, garantiu Pontel ao participar, no lugar do ministro Sergio Moro, que se encontra em Portugal, de entrevista sobre a Operação Cronos II, deflagrada na manhã desta terça-feira para combater crimes de homicídio e feminicídio.

Desde janeiro de 2017, quando 56 presos foram assassinados durante uma rebelião, policiais da Força Nacional de Segurança Pública fazem a segurança da área externa do Compaj.

O ministério já solicitou à Força Aérea Brasileira (FAB) a cessão de uma aeronave, para transportar o efetivo até Manaus, e uma equipe do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) já se encontra no estado, preparando junto com as autoridades locais as ações que serão implementadas.

Palco da chacina
No último domingo (26/05/2019), o Compaj voltou a ser palco de uma chacina. Quinze detentos foram assassinados. Em nota, a secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) informou que as mortes aconteceram durante uma briga entre presos dos pavilhões 3 e 5 e que, após o acionamento do Batalhão de Choque da Polícia Militar, a situação havia sido controlada sem que nenhum agente penitenciário ou policial se ferisse. A briga começou durante o horário de visitação.

Em função do ocorrido no domingo, a Seap aplicou uma série de medidas administrativas em todas as unidades prisionais do estado, entre elas a suspensão das visitas no Compaj e em outros estabelecimentos.

Nessa segunda-feira (27/05/2019), no meio da tarde, o governo do Amazonas informou que mais 40 detentos haviam sido encontrados mortos em suas celas, elevando para 55 o total de óbitos no sistema prisional amazonense em dois dias.

Das 40 ocorrências registradas nessa segunda, 25 ocorreram no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat); quatro no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj); cinco no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1) e seis na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), todos em Manaus.

Em 2017, na mesma unidade, uma rebelião resultou na morte de 56 pessoas. O Metrópoles produziu um especial sobre os massacres em presídios ocorridos naquele ano: acesse aqui.

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