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Polícia apreende crânio levado por estrangeiro em bagagem de ônibus

Homem tentou levar crânio de irmão falecido na Argentina por causa de tradição familiar, mas acabou sendo pego pela polícia

atualizado

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Reprodução
Polícia apreende crânio humano em bagagem de estrangeiro em Itu (SP)
1 de 1 Polícia apreende crânio humano em bagagem de estrangeiro em Itu (SP) - Foto: Reprodução

São Paulo – A Polícia Civil apreendeu um crânio que estava na bagagem de mão de um homem estrangeiro que viajava de ônibus no interior de São Paulo. O homem, um costureiro boliviano de 48 anos, foi levado à delegacia para se explicar.

A apreensão (veja momento no vídeo abaixo) ocorreu em uma fiscalização da Polícia Rodoviária em Itu (SP), na segunda-feira (7/6), por volta do meio-dia. O ônibus fiscalizado vinha de Campo Grande (MS) e se dirigia para a capital, São Paulo. As informações são do G1 Sorocaba e Jundiaí.

Em depoimento no 4° Distrito Policial de Itu, o boliviano explicou que o crânio pertencia ao seu irmão mais velho que morreu na Argentina em 1995. O corpo teria sido cremado, mas ele precisou transportar apenas a cabeça por causa de uma tradição de sua cultura.

A reportagem afirma que a ossada foi apreendia para perícia e que o homem responderá por “transporte ou recolhimento de partes do corpo humano sem saber a procedência”.

Legislação brasileira

O transporte de cadáver ou de parte de corpo humano no Brasil é regulamentado por legislação e, dependendo da causa de morte, uma autorização judicial pode ser necessária. Traslados internacionais ou entre estados podem ser custosos e burocráticos, com trâmites envolvendo até os consulados dos países envolvidos.

Se a família da pessoa morta não possui dinheiro para arcar com as despesas funerárias, o sepultamento ocorre no país onde está o corpo, seguindo a legislação local. Exumações e o transporte de restos mortais também são regulados pela Justiça.

Costumes estrangeiros

Na Bolívia, se celebra a Festividad de las Ñatitas no dia 8 de novembro. Neste dia, as famílias homenageiam e agradecem a proteção de seus parentes mortos, expondo seus crânios com flores, doces, outros enfeites e muita música e até missas católicas.

Segundo reportagem da rede Telesur, o costume tem origem na cultura de indígenas pré-colombianos e, segundo a tradição, protege as famílias. Variações da tradição ocorrem em toda a América Latina. A festa mais famosa é a versão mexicana, chamada Día de los Muertos, cujos crânios enfeitados fazem sucesso em reproduções feitas com maquiagem e artigos de decoração.

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que apesar do relato de tradição dado pelo homem, o crânio de seu irmão segue apreendido e foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) da região.

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