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PF vai investigar genocídio e crime ambiental contra povo Yanomami

Governo federal decretou estado de Emergência e presidente Lula visitou território do povo Yanomami em Roraima neste sábado (21/1)

atualizado

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médica trata de paciente
1 de 1 médica trata de paciente - Foto: Condisi-YY/Divulgação

A Polícia Federal (PF) vai investigar crime ambiental e de genocídio contra o povo Yanomami, em Roraima. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, vai pedir a abertura de um inquérito. A apuração vai começar a partir de segunda-feira (23/1).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou o povo Yanomami, em Roraima, neste sábado (21/1) em meio a uma viagem para o resgate de crianças indígenas desnutridas e com diversas doenças na região. Na sexta foi decretado estado de Emergência em Saúde de Importância Nacional (Espin) no território.

“Há fortes indícios de crime de genocídio”, declarou Flávio Dino, segundo o MJSP. O ministro também está no estado acompanhando o presidente Lula.

Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 99 crianças do povo Yanomami morreram devido ao avanço do garimpo ilegal em 2022. A idade das vítimas é de entre um e quatro anos. As causas da morte variam entre desnutrição, pneumonia e diarreia.

A estimativa é que cerca de 570 crianças morreram de contaminação por mercúrio, desnutrição e fome nos últimos quatro anos. Em 2022 foram registrados 11.530 casos de malária.

Falta de medicamentos

Em novembro, a PF fez uma operação contra o desvio de remédios para malária e verminoses, destinados para crianças indígenas Yanomami. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão.

A operação foi baseada em uma investigação do Ministério Público Federal (MPF), que se iniciou após uma denúncia da Hutukara, associação Yanomami.

“Nossas crianças chegam ao ponto de expelir vermes pela boca e isso não pode acontecer”, denunciou a associação em uma carta de julho.

Segundo a PF, de 90 tipos de remédios adquiridos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), apenas 30% teriam realmente chegado aos indígenas. O órgão é vinculado ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) do Ministério da Saúde.

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