Em visita ao povo Yanomami, em Roraima, neste sábado (21/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu acabar com o garimpo ilegal em terras indígenas e atendimento médico. A viagem da comtitiva presidencial ocorreu em meio ao resgate de crianças indígenas desnutridas e com diversas doenças na região. Na noite de sexta (20/1), o governo federal decretou estado de Emergência em Saúde de Importância Nacional (Espin) no território após técnicos do Ministério da Sáude encontraram oito crianças Yanomamis desnutridas.
“Vamos levar muito a sério essa história de acabar com qualquer garimpo ilegal e, mesmo que seja uma terra que tenha autorização da agência para fazer pesquisa, eles podem fazer isso sem destruir a floresta”, afirmou Lula, em discurso após visita à Casa de Apoio do Índio (Casai) Yanomami, em Boa Vista (RR).

Ministério da Saúde decretou emergência de saúde pública em decorrência da situação dos Yanomamis em RoraimaCondisi

Indígena desnutrido em RoraimaDivulgação/Condisi-YY

Ao menos 570 crianças Yanomamis morreram por causas evitáveis durante os últimos 4 anos, segundo a ministra dos Povos Indígenas, Sonia GuajajaraCondisi-YY/Divulgação

Em visita aos Yanomamis, Saúde encontrou casos de malárias em criançasCondisi-YY/Divulgação

Crianças YanomamisCondisi-YY/Divulgação
Lula estava acompanhado de três ministros: o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; a ministra da Saúde, Nísia Trindade; e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
Na ocasião, Lula criticou a gestão do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), pela falta de atenção às demandas indígenas.
“Um presidente que deixou a Presidência esses dias, se, em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e tivesse vindo aqui uma vez, quem sabe esse povo não estaria tão abandonado como está”, criticou o presidente.
Em relação aos médicos, Lula acrescentou que vai levar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) diretamente às aldeias. “Vi crianças bem magrinhas, mas uma das formas de resolver é fazer um plantão nas aldeias para a gente cuidar deles. É mais fácil transportar 20 médicos do que que 200 indígenas”, destacou.
“Queremos mostrar que o SUS é capaz de fazer um trabalho que orgulhe e honre o povo brasileiro. Prometo a vocês que vamos melhorar a vida deles”, ressaltou.
Os membros do Executivo retornam a Brasília no fim da tarde deste sábado.
Saúde dos Yanomamis
Em razão da grave precarização das condições de vida dos povos Yanomami, também em decorrência do garimpo ilegal, a população vive uma grande crise sanitária. Além de a atividade provocar assassinatos dos indígenas, nos últimos meses também foram registradas diversas mortes por desnutrição.
A exploração do garimpo ilegal traz a incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde também contribui para o quadro.
Na última quarta-feira (18/1), uma equipe do Ministério da Saúde foi enviada ao estado de Roraima para fazer um diagnóstico da situação. Em nota, a pasta informou que a expectativa é que, após o levantamento, sejam definidas “ações imediatas para superar a crise sanitária” pela qual passa a população local.