Yanomami: Lula institui comitê para enfrentar crise sanitária indígena
Grupo entregará relatório em 45 dias com plano de ações estruturantes para enfrentar crise sanitária vivida por Yanomamis
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) instituiu, na noite desta sexta-feira (20/1), o comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami, com duração de 90 dias. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Lula anunciou que visitará Roraima neste sábado (21/1) junto à ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. “Recebemos informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças Yanomami em Roraima. Amanhã viajarei ao Estado para oferecer o suporte do governo federal e, junto com nossos ministros, atuaremos pela garantia da vida de crianças Yanomami”, disse o presidente nas redes sociais.
O comitê instituído será responsável por discutir as medidas a serem adotadas para enfrentar a desassistência sanitária das populações em território Yanomami e os problemas sociais e de saúde dela decorrentes, além de articular com outros poderes e unidades da federação.
O grupo terá 45 dias para entregar um plano de ações estruturantes, a partir da publicação do decreto que institui o comitê. A coordenação do grupo será composta de representantes da Casa Civil da Presidência da República, do Ministério dos Povos Indígenas, do Ministério da Saúde, do Ministério da Defesa, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Crianças com desnutrição severa
Técnicos do Ministério da Saúde já resgataram oito crianças em estado grave que vivem na terra Yanomami. Os pacientes, incluindo um recém-nascido, foram resgatados com quadros de desnutrição severa e malária.
A equipe técnica da pasta faz atendimentos na região desde segunda-feira (16/1), e encaminha as crianças para tratamento na capital Boa Vista (RR).
Segundo informações do MS, o paciente mais novo, de 18 dias de vida, foi levado ao hospital com quadro de pneumonia, e chegou a ter cinco paradas cardíacas. A mãe da criança percorreu três horas até chegar à Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) no polo-base de Surucucu.
“Um dado público é que nos últimos 4 anos, 570 pessoas Yanomami morreram decorrente da contaminação por mercúrio por conta do garimpo ilegal. Agora, na casa de atenção à saúde indígena, tem 715 indígenas yanomami em desnutrição absurda”, disse Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.