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PF mira vice da Guiné Equitorial suspeito de lavagem de dinheiro

Trinta e cinco policiais federais atuam na operação, que apura fatos referentes a dois inquéritos policiais envolvendo Teodoro Obiang Mang

atualizado

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MICHAEL MELO/METRÓPOLES
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (10/10) a Operação Salvo Conduto contra a lavagem de dinheiro. O principal alvo é o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Mang.

Segundo informou a TV Globo, a Polícia Federal tem indícios de que tanto os bens adquiridos por Teodoro Obiang no Brasil, quanto dinheiro e os relógios que ele trazia na bagagem na viagem do dia 14 de setembro tenham relação com esquemas de lavagem de dinheiro.

São cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Hortolândia, Jundiaí e Distrito Federal, todos expedidos, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo.

Trinta e cinco policiais federais atuam na operação, que apura fatos referentes a dois inquéritos policiais, reunidos em setembro deste ano, por tratarem de fatos envolvendo o mesmo investigado, condenado na França por adquirir propriedades com dinheiro público desviado de seu país de origem e investigado nos EUA, dentre outros crimes, por lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.

O primeiro inquérito policial foi instaurado em março de 2018, depois do envio de informações do Ministério Público Federal, no mês anterior, para que a PF iniciasse investigação para apurar o crime de lavagem de dinheiro em razão dos indícios de ocultação de propriedade relacionada à compra, em 2008, de um apartamento duplex localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo. O imóvel foi adquirido, na época, por R$ 15 milhões. As investigações apontam que o imóvel, adquirido por uma empresa com capital social de R$ 10 mil, pertenceria ao investigado.

O segundo inquérito policial foi instaurado no dia 20 de setembro deste ano, após a apreensão realizada no dia 14 daquele mês pela Receita Federal, no Aeroporto de Viracopos, de US$ 1,4 milhão e R$ 60 mil em espécie, além de 20 relógios de pulso, avaliados por aquela instituição em torno de US$ 15 milhões. Os bens foram trazidos do exterior sem a declaração de bens e valores obrigatória.

Dessa forma, são apurados dois atos de lavagem de dinheiro, o primeiro relativo à aquisição, por meio de interposta pessoa, de um apartamento de luxo e o segundo relacionado à ocultação de movimentação de bens e valores ao entrar Brasil.

A PF solicitou à Justiça Federal o sequestro do imóvel, dos bens e valores apreendidos no Aeroporto de Viracopos e de sete veículos de luxo – um deles avaliado em R$ 2 milhões.

As investigações prosseguem com a colheita de depoimentos, análise do material apreendido e pedido de cooperação jurídica internacional, para esclarecer a participação de todos os envolvidos.
O crime de lavagem de dinheiro tem penas que variam de 3 a 10 anos de reclusão.

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