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Pelo menos 21 funcionários da Câmara morreram por Covid-19

Até fevereiro, 482 servidores tinham sido contaminados pelo coronavírus. Levantamento foi obtido pelo sindicato de servidores do Legislativo

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Votação para a presidência da Câmara dos Deputados e mesa diretora
1 de 1 Votação para a presidência da Câmara dos Deputados e mesa diretora - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Câmara dos Deputados contabilizou 21 mortes de secretários parlamentares por Covid-19, do início da pandemia até o dia 1º de março de 2021. Além dos funcionários ativos, outros 19 servidores da Casa vieram a óbito em decorrência da doença.

Até o início de março deste ano, o Departamento de Pessoal da Câmara não havia identificado falecimentos decorrentes da Covid-19 de servidores efetivos ativos ou de ocupantes de cargo de natureza especial.

Os dados são de levantamento obtido pelo Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), via Lei de Acesso à Informação (LAI), e compartilhado pelo Sindilegis com o Metrópoles.

De acordo com a sondagem, janeiro de 2021 foi o mês com o maior número de óbitos de secretários parlamentares pela Covid-19. Foram oito. O único mês a não registrar mortes foi agosto. Não foram divulgadas informações sobre outubro.

Entre março de 2020 e 22 de fevereiro deste ano, 482 funcionários foram infectados pelo novo coronavírus. Segundo os dados, já em março do ano passado foram notificados quatro casos. O mês com maior número de registros foi agosto de 2020, com 99 casos.

Trabalho remoto

Após o início da pandemia, em março de 2020, os servidores da Casa foram submetidos ao regime de teletrabalho ou revezamento. A Câmara restringiu a entrada de visitantes e também determinou a suspensão de eventos coletivos no local.

Os parlamentares inauguraram um sistema híbrido de votações, que exigia em plenário apenas a presença dos líderes partidários. Os trabalhos das comissões foram suspensos, e os colegiados não funcionaram no ano passado.

Este ano, com a eleição de uma nova Mesa Diretora em fevereiro, houve retomada parcial das atividades presenciais. O protocolo para retomada previa distanciamento de 1,5 metro entre os funcionários, uso de máscaras e revezamento de equipes. Servidores que fazem parte do grupo de risco deveriam continuar em trabalho remoto.

O Sindilegis chegou a entrar na Justiça para impedir a retomada. Em fevereiro, foram registradas aglomerações de visitantes nas entradas das dependências da Câmara.

À época, o órgão pontuou que as filas foram causadas por uma “demanda excepcional e não prevista”.

“As filas não têm, portanto, relação com o retorno gradual do trabalho presencial dos funcionários e servidores da Casa, que possuem identificações funcionais específicas e não precisam passar por controle de acesso”, disse a Casa, em nota.

Com o agravamento da pandemia e as medidas de restrição impostas no Distrito Federal pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), o retorno gradativo dos funcionários da Câmara foi suspenso. A entrada de visitantes também foi vedada.

Ainda assim, a Mesa Diretora determinou que seja “garantida a prestação dos serviços de apoio ao plenário e às comissões permanentes, temporárias e mistas”. As sessões semipresenciais também foram mantidas.

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