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Para entender: veja em detalhes o Plano de Vacinação contra a Covid-19

Grupos de risco serão imunizados até o fim do primeiro semestre de 2021. Os prioritários incluem idosos, profissionais de saúde e indígenas

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Governo lança Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19
1 de 1 Governo lança Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após idas e vindas, desentendimentos e até pressão social, o governo federal lançou a íntegra do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

O documento baliza as ações da campanha nacional, a compra de doses, as faixas etárias prioritárias e as regras de logística para distribuição de insumos aos estados e municípios.

O planejamento foi lançado após quase 10 meses de pandemia no Brasil e em meio a uma corrida mundial por doses da vacina. Para que o leitor entenda como a campanha será articulada, o Metrópoles preparou um guia com as principais informações sobre o plano.

Veja as principais medidas previstas no Plano de Imunização:

  • Número de pessoas: A imunização será feita em quatro grupos prioritários, que somam 50 milhões de pessoas.
  • Quantidade de doses: Serão necessárias 108,3 milhões de doses de vacina, já inclusos 5% de perdas.
  • Grupos prioritários: Trabalhadores da saúde, idosos (primeiro aqueles acima de 75 anos de idade e, depois, acima dos 60 anos), pessoas com doenças crônicas (hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, entre outras), professores, forças de segurança e salvamento, e funcionários do sistema prisional.
  • Compra de doses: Segundo o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19, por meio de acordos.
  • Negociações em curso: De acordo com o documento, o governo negocia a compra de vacinas com seis laboratórios: Pfizer/BioNTech, Janssen, Instituto Butantan, Bharat Biotech, Moderna e Gamaleya.
  • Registro de vacinas: Até agora, nenhum imunizante está registrado e licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – etapa prévia obrigatória para que a vacinação possa ser realizada.
  • Termo de consentimento: As vacinas aprovadas para uso emergencial serão aplicadas somente mediante a assinatura deste documento. Com isso, quem receber a aplicação do imunizante terá de assumir o conhecimento dos estudos e possíveis efeitos colaterais do insumo. Isso mudará quando as vacinas obtiverem o registro permanente.
  • Coronavac: Produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, este imunobiológico foi alvo de desentendimentos entre o governo federal e o de São Paulo. Agora, o Ministério da Saúde a incluiu no Plano Nacional de Vacinação.
  • Distribuição de doses: As vacinas produzidas no Brasil serão destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde fará a distribuição das doses aos estados e municípios.
  • Divisão: De acordo com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, as doses serão distribuídas aos entes da federação de forma “igualitária e proporcional”.
  • Armazenamento: Segundo o governo, estão aptas a estocar a vacina uma central nacional, 27 centrais estaduais, 273 centrais regionais e aproximadamente 3.342 centrais municipais.
  • Salas de vacinação: Serão aproximadamente 38 mil salas de imunização – em períodos de campanha, o número pode aumentar para 50 mil.
  • Prazo: O governo ainda não marcou uma data para o início da vacinação. Até o momento, estima-se que os grupos de maior risco para agravamento e de maior exposição ao vírus estariam imunizados ainda no primeiro semestre de 2021.
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Fases da vacina contra coronavirus
Fases da vacina contra o coronavírus

Vale destacar a inclusão de comunidades tradicionais ribeirinhas; quilombolas; pessoas em situação de rua; trabalhadores do transporte coletivo; e a população privada de liberdade como novos grupos prioritários. Eles não estavam no documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no fim de semana.

Os discursos

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou do evento de lançamento do plano, apesar de já ter dito que não irá se vacinar contra a doença. Ele afirmou que a imunização é uma meta dos 27 governadores e da Presidência da República.

Em tom conciliador, Bolsonaro falou de união e disse que, se houve exageros, “foi no afã de buscar solução”. “Se alguns de nós extrapolou ou até exagerou, foi no afã de buscar solução”, afirmou.

“São 27 governadores com uma só proposta: o bem comum, a volta à normalidade”, iniciou Bolsonaro, elogiando os chefes dos Executivos estaduais. O presidente também voltou a citar medida provisória que pretende editar, para destinar R$ 20 bilhões para a compra de vacinas.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reclamou da “pressão” pela apresentação do plano. “Temos um dos melhores programas de imunização do mundo. Somos os maiores produtores de vacina da América Latina. Não entendo o motivo dessa angústia”, frisou.

Pazuello ainda ressaltou que a imunização será “igualitária e proporcional”. “Não haverá nenhuma diferenciação. Todas as vacinas produzidas no Brasil terão a prioridade SUS [Sistema Único de Saúde]. Todos os brasileiros receberão a vacina grátis”, salientou.

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