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OAB pede reconstituição de ação policial que causou morte de Kathlen

Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil acompanha investigação conduzida por equipe da Delegacia de Homicídios

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos
1 de 1 Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – O procurador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Rodrigo Mondego, defendeu nesta sexta-feira (11/6) a realização de uma reconstituição da ação policial que resultou na morte de Kathlen Abreu, atingida por um tiro de fuzil no tórax.

A jovem, de 24 anos, foi baleada no decorrer de uma suposta troca de tiros na comunidade do Lins de Vasconcelos, na zona norte do Rio, na terça-feira (8/6).

“Haverá reconstituição para saber de que ângulo veio a bala. Pelo que já ouvimos, a bala partiu dos policiais. Houve fraude processual, sumiram com os estojos antes de a perícia chegar. Os policiais afirmaram que deram os tiros, mas onde estão os estojos”, questionou Mondego.

Parentes de Kathlen foram chamados para prestar depoimento na corregedoria da Polícia Militar do Rio na manhã desta sexta-feira (11/6).

Dois agentes da Corregedoria compareceram na Delegacia de Homicídios da Capital e conversaram com advogados da família, entre eles, um representante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro.

Como o Metrópoles antecipou, o Ministério Público que atua junto à Auditoria da Justiça Militar abriu investigação independente da Delegacia de Homicídios para apurar crimes militares, como fraude processual.

Por volta das 10h nesta manhã, a família de Kathlen chegou para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital, na zona oeste da cidade.

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Testemunho da família

Os parentes entraram em silêncio. Entre eles estava Sayonara Fátima, a avó, que se encontrava ao lado de Kathlen no momento da ação policial na comunidade do Lins de Vasconcelos, na terça-feira (8/6).

Ela presenciou o momento em que a neta foi baleada numa suposta troca de tiros entre policiais militares e bandidos da região.

A mãe, Jaqueline Oliveira, o pai, Luciano Gonçalves, e o namorado, Marcelo Ramos também estão na delegacia para testemunhar sobre o caso.

Tiros de fuzil

Nove dos 12 policiais que participaram da operação já foram ouvidos pela equipe de investigação.

A polícia apreendeu 12 fuzis e 9 pistolas dos policiais que participaram da ação para saber se o tiro partiu de uma das armas.

O cabo Marcos Felipe da Silva Salviano admitiu ter disparado cinco vezes com seu fuzil em depoimento na delegacia. Ele afirmou ainda que o cabo Friad atirou outras duas vezes também com um fuzil.

Integrante da Unidade de Polícia Pacificadora, Salviano alegou que atirou porque viu quatro criminosos armados – um deles estaria com um fuzil, na versão do policial.

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