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“Não sou fiscal”, rebate Queiroga sobre vazamento de dados de médicos

Deputada Bia Kicis divulgou dados de médicos pró-vacina que participaram de audiência pública sobre imunização infantil

atualizado

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ministro interino Relações Exteriores, Paulino Franco de Carvalho Neto, anunciam medida de cooperação humanitária internacional no enfrentamento à Covid-19 2
1 de 1 O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ministro interino Relações Exteriores, Paulino Franco de Carvalho Neto, anunciam medida de cooperação humanitária internacional no enfrentamento à Covid-19 2 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ao ser questionado sobre o vazamento de informações pessoais de médicos pró-vacina que participaram da audiência pública sobre imunização infantil, o ministro Marcelo Queiroga afirmou não ser “fiscal de dados do Ministério da Saúde”.

A declaração foi dada nesta sexta-feira (7/1), em conversa com jornalistas na sede do órgão. Na última terça-feira (4/1), três dos 18 médicos que participaram da audiência pública tiveram os dados pessoais divulgados pela deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), em um grupo de WhatsApp. Depois, as informações foram vazadas em redes sociais.

O caso foi revelado pelo jornal O Globo. Os profissionais Isabella Ballalai (Sociedade Brasileira de Imunizações), Marco Aurélio Sáfadi (Sociedade Brasileira de Pediatria) e Renato Kfouri (Sociedade Brasileira de Imunizações) tiveram as declarações de conflito de interesses, entregues ao Ministério da Saúde, divulgadas nas redes. Os documentos contavam com CPF, e-mail e telefone dos médicos.

“Compartilhei em um grupo de zap de médicos. Quando me avisaram no Ministério da Saúde que alguém havia postado, pedi imediatamente que quem o fez removesse. Mas o ministério me informou que os documentos iriam para o site. Por isso entendi que eram públicos”, afirmou a parlamentar.

Questionado sobre o assunto, Queiroga afirmou não saber como Bia Kicis teve acesso à documentação e disse que o assunto deve ser questionado à parlamentar. “Os conflitos de interesse de qualquer um que participa de discursões relativas a políticas públicas têm que ser declarados e têm que ser publicados. Eu não estava na audiência pública, você tem que questionar a deputada Bia Kicis”, argumentou.

Depois, o cardiologista afirmou que não é “fiscal de dados do ministério”, e que não está ciente sobre como o vazamento das informações ocorreu.

“Em relação a conflitos de interesse, os conflitos de interesse têm que ser declarados mesmo. Eu sou ministro da Saúde, não sou fiscal de dados do ministério”, concluiu.

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Audiência pública

Na terça-feira (4/1), a pasta promoveu uma audiência para debater o tema e apresentar os resultados da consulta pública realizada entre os dias 23 de dezembro e 2 de janeiro sobre o assunto. A maioria dos participantes da audiência se posicionou favorável à imunização de crianças.

Durante o evento, 18 representantes de entidades médicas e do Ministério da Saúde discursaram. Entre os participantes, estavam três médicos indicados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, presidida pela parlamentar bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF). Os profissionais foram os únicos que se opuseram à vacinação do público infantil na audiência.

Ao fim da audiência, a deputada Bia Kicis afirmou, sem apresentar evidências científicas, que a vacinação de crianças contra a Covid é “experimental”. O assunto foi refutado em diversas ocasiões durante o evento por membros de sociedades científicas.

Pelo Twitter, a parlamentar confirmou que as indicações partiram dela:

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