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Multas voltam a crescer mesmo com fim de radares ocultos em BRs

Bolsonaro mandou suspender radares em rodovias federais em agosto de 2019 para evitar utilização “meramente arrecadatória”

atualizado

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Divulgação/PRF
Policial rodoviário federal mede velocidade em estrada
1 de 1 Policial rodoviário federal mede velocidade em estrada - Foto: Divulgação/PRF

O fim dos radares ocultos em rodovias federais foi uma medida encampada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e adotada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) desde novembro de 2019. Em um primeiro momento, caiu o número de multas aplicadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em estradas.

Em 2020, entretanto, esse número voltou a crescer mesmo com a pandemia de Covid-19, que diminuiu a circulação e, por consequência, a quantidade de punições. Os dados são da PRF e foram compilados pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles.

O gráfico a seguir mostra a quantidade de multas aplicadas por mês nas rodovias federais pela Polícia Rodoviária Federal. A comparação permite evitar problemas sazonais ao analisar meses diferentes. Fevereiro, por exemplo, costuma ser um mês com mais autuações por causa do Carnaval.

Como é possível ver no gráfico acima, em novembro de 2019 houve queda significativa na comparação com o mesmo período de 2018. O total de multas passou de 563 mil para 433 mil. Em 2020, entretanto, mesmo com a pandemia de Covid-19, houve alta em relação a 2019, já que o total de multas foi de 451 mil.

Em 2021, a estimativa é de novo crescimento. A comparação entre as médias de multas aplicadas no segundo trimestre de 2020 com o mesmo período de 2021 mostra alta de 13%. Mantida essa tendência para o ano, o número de multas aplicadas em novembro pode bater a marca de 500 mil e se aproximar dos 563 mil registrados em novembro de 2018, último ano ainda com radares ocultos.

Indústria da multa

Quando decretou a suspensão do uso de radares “estáticos, móveis e portáteis”, o presidente afirmou que a medida tinha o objetivo de “evitar o desvirtuamento do caráter pedagógico e a utilização meramente arrecadatória dos instrumentos e equipamentos medidores de velocidade”.

O professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB) Pastor Willy Gonzales Taco aponta que “ter o indicativo de onde tem o radar é importante. A informação na via ajuda a ficar ligado e a se policiar, tem de ter visibilidade”.

“O oculto parece que só quer te pegar, mas não resolve. Essa questão não resolve o problema. Tem de ter campanhas educativas, desde a escola, crianças e adolescentes”, prosseguiu. O docente aponta que “todos nós temos de nos comportar adequadamente no trânsito, mas ocorre que nem todos e nem o tempo todo concordamos bem”. “Isso é especialmente verdade em rodovias”, afirma.

Procurada, a PRF não respondeu até o fechamento desta reportagem.

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