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“MP escroto, quer extorquir estado”, diz Ricardo Coutinho, da PB

O áudio foi divulgado pelo deputado estadual Wallber Virgolino (Patriotas), ex-secretário de Administração Penitenciária do próprio governo

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José Cruz/ Agência Brasil
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1 de 1 ricardo-coutinho–748×410 - Foto: José Cruz/ Agência Brasil

O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), foi gravado em conversa com o empresário Daniel Gomes, delator da Operação Calvário/Juízo Final, na qual chama o Ministério Público de seu Estado de “escroto” e “imbecil”.

Principal alvo do inquérito por supostos desvios de R$ 134 milhões da Saúde, Coutinho diz que o MP da Paraíba queria “extorquir o Estado” ao investigar a concessão da administração do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa.

O áudio foi divulgado pelo deputado estadual Wallber Virgolino (Patriotas), ex-secretário de Administração Penitenciária do próprio governo Coutinho.

Veja a conversa:
Ricardo Coutinho: Você viu o imbecil do Ministério Público, escroto, querendo extorquir o Estado com a história do (inaudível), a primeira contratação, porque não teve processo licitatório.

Daniel Gomes: Mas isso é antigo, esse processo não é novo, não. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) já julgou isso.

Ricardo Coutinho: Tá lá um recado…

Daniel Gomes: Esse caso específico, o TCE já fez o julgamento e… é o Gilberto (Carneiro da Gama, ex-procurador-geral do Estado) que está (inaudível)?

Ricardo Coutinho: E era emergência.

Daniel Gomes: Era emergência, a lei prevê. Seis meses, mais seis meses.

Contexto
Daniel Gomes é apontado nos autos da Operação Calvário/Juízo Final como emissário de propinas da Cruz Vermelha Brasil – filial Rio Grande do Sul e fechou acordo de delação com a Polícia Federal.

Ele entregou à PF horas de gravações que indicam supostos acertos de propinas com Ricardo Coutinho. No áudio em que o ex-governador ataca a Promotoria da Paraíba, ele e Daniel comentam investigação sobre a contratação em caráter de emergência da Cruz Vermelha para administrar o Hospital de Emergência e Trauma.

As investigações apontam que o governador teria exigido propina mensal de R$ 360 mil no contrato. Coutinho nega enfaticamente a prática de ilícitos em sua gestão, que se prolongou por dois mandatos, entre 2011 e 2018. Primeiramente por seis meses, o contrato foi prorrogado por mais seis meses.

Entre 2011 e 2019, o Estado da Paraíba gastou R$ 980 milhões com a Cruz Vermelha.

Coutinho teve a prisão preventiva determinada na Operação Calvário/Juízo Final, deflagrada na terça, 17.

Ele estava no exterior “em férias previamente programada”, e foi preso na noite de 19 de dezembro ao desembarcar no Aeroporto de Natal. Dois dias depois, ele e outros três investigados foram soltos por determinação do ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justiça.

Gilberto citado por Daniel Gomes é Gilberto Carneiro da Gama, ex-procurador-geral da Paraíba. O Ministério Público aponta Gama como ‘responsável pela ponte com órgãos de controle e judiciário, exercendo influência na escolha de membros do Tribunal de Contas do Estado, Procuradoria estadual e até do Tribunal de Justiça da Paraíba, com o aval do ex-governador Ricardo Coutinho e do atual governador’.

O Ministério Público Federal entrou com recurso para tentar anular o habeas corpus do ex-governador, alegando que há ‘farto material comprobatório‘ da liderança de Coutinho no esquema.

O pedido de restauração da prisão do ex-governador só terá um desfecho em fevereiro de 2020, após o recesso do Judiciário, quando a relatora, ministra Laurita Vaz, deverá tomar uma decisão.

Com a palavra, Ricardo Coutinho:
Em sua página no Instagram, quando ainda era dado por foragido, após o estouro da Operação Calvário/Juízo Final, o ex-governador da Paraíba postou.

“Fui surpreendido com decisão judicial decretando minha prisão preventiva em meio a uma acusação genérica de que eu faria parte de uma suposta organização criminosa.

Com a maior serenidade digo ao povo paraibano que contribuirei com a justiça para provar minha total inocência. Sempre estive à disposição dos órgãos de investigação e nunca criei obstáculos a qualquer tipo de apuração.

Acrescento que jamais seria possível um Estado ser governado por uma associação criminosa e ter vivenciado os
investimentos e avanços nas obras e políticas sociais nunca antes registrados.

Lamento que a Paraíba esteja presenciando o seu maior período de desenvolvimento e elevação da autoestima ser totalmente criminalizado.

Estou em viagem de férias previamente programada, mas estarei antecipando meu retorno para me colocar à inteira disposição da justiça brasileira para que possa lutar e provar minha inocência.”

Ricardo Vieira Coutinho

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