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Mercado e Centrão ficam ansiosos à espera de mudanças de Bolsonaro

Após anunciar troca no comando da Petrobras, presidente da República prometeu mais alterações nesta semana: “Não é bagrinho, é tubarão”

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esquentou o noticiário econômico ao longo do fim de semana ao anunciar que colocaria um militar no comando da Petrobras e que promoveria novas mudanças nesta semana. “Não é [troca] de bagrinho, é de tubarão”, garantiu o mandatário da República no sábado (20/2), sem dar mais detalhes.

A única sinalização feita pelo presidente é que podem vir alterações no setor elétrico: “Vamos meter o dedo na energia elétrica”. Após o comentário do presidente, analistas de mercado financeiro dão como certo que ações da Eletrobras e de distribuidoras de energia listadas em bolsa, como Light e Cemig, deverão ter forte queda nesta segunda-feira (22/2), a exemplo do que ocorreu semana passada com as da Petrobras.

O avanço ou o recuo do presidente da República em postos de comando de estatais serão uma sinalização mais concreta ao mercado sobre o que sobrou nas convicções liberais de um Bolsonaro que pareceu mais voltado ao estatismo ao trocar um economista bem visto por um militar na Petrobras.

Ainda na sexta passada, papéis da Petrobras na Bolsa de Nova York começaram a ser afetados pelo anúncio de Bolsonaro e caíram 9,55%. É consenso que o movimento de queda será forte nesta segunda e provavelmente ao longo da semana, mas alguns analistas ainda mantém a esperança de que o governo faça gestos mostrando que não pretende intervir politicamente nas empresas de economia mista.

A gestora de investimentos XP rebaixou ainda nesse domingo (21/2) a recomendação das ações da Petrobras de “neutro” para “venda”. Também revisou o preço-alvo do papel, de R$ 32 para R$ 24, numa sinalização do que deve ocorrer nesta segunda.

Presidente do BB na mira

Sem sair da área econômica, um “tubarão” que está na mira do pescador Bolsonaro já há algum tempo é o presidente do Banco do Brasil, André Brandão. Ele quase foi demitido no início do ano e não está firme no cargo desde então.

Segundo apuração do jornal Valor Econômico, Brandão tem dito a interlocutores que fica “enquanto puder atuar de forma técnica”. O presidente do BB é outro economista de fortes inclinações liberais tirado do mercado pelo ministro Paulo Guedes para atuar em uma estatal.

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Centrão quer mais ministérios

Quando prometeu, no sábado, mudar “tubarões”, Bolsonaro estava em Campinas (SP) cercado de apoiadores e foi perguntado por uma jornalista se ministros estariam entre esses peixes grandes. O presidente não confirmou nem negou; zangou-se um pouco com a repórter e disse que ela estava “querendo saber demais”.

A irritação do presidente com a questão dos ministérios pode estar mais ligada a outras pessoas que estão cobrando esse espaço, os líderes do Centrão que ajudaram Bolsonaro a eleger na presidência do Senado e da Câmara dos Deputados os aliados Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente.

Apesar de já ter cedido a pasta da Cidadania para João Roma, que é deputado federal pelo Republicanos de Pernambuco, na última semana, o presidente está sendo cobrado para dar mais espaço ao Centrão no primeiro escalão. Entre as ideias está o desmembramento do Ministério da Economia para recriar, por exemplo, a pasta do Planejamento.

pressões também por trocas no Ministério da Agricultura, comandado pela deputada federal licenciada Tereza Cristina (DEM-MS); e no Ministério de Minas e Energia, chefiado pelo almirante de esquadra Bento Albuquerque.

Caciques do Centrão também estão de olho em pastas ocupadas por ministros que tem sido muito cobrados por seu desempenho, como Ricardo Salles, do Meio Ambiente; e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. O ministério da Educação e até o da Saúde são outras pastas ambicionadas por dirigentes partidários que aderiram à base governista.

Por enquanto, porém, o mais provável é que, caso cumpra mesmo sua promessa de mudanças, Bolsonaro comece por empresas públicas e não por ministérios. Nesse campo, o Centrão tem a forte resistência da ala militar do governo, que já levou a Petrobras.

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