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Voluntários se unem para plantar 120 mil mudas e restaurar manguezais

Região amazônica compõe a maior faixa contínua de manguezais do planeta, no Pará e no Maranhão

atualizado

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San Marcelo/ Sapucaia Filmes
homem com boné e camisa azul segura uma garrafa de plástico em meio a plantas
1 de 1 homem com boné e camisa azul segura uma garrafa de plástico em meio a plantas - Foto: San Marcelo/ Sapucaia Filmes

O Projeto Mangues da Amazônia, na zona costeira do Pará, pretende plantar 120 mil mudas até o fim do ano. O objetivo da iniciativa é reflorestar os manguezais e conscientizar a população sobre a importância da conservação da flora.

Além de servir como abrigo para os caranguejos, os manguezais são usados como berçários por cerca de 80% das espécies da vida marinha. “Outro serviço ambiental é a importância que ele tem para regularização dos impactos relacionados a mudanças climáticas, já que ‘sequestram’ carbono cinco vezes mais do que a floresta de terra firme”, explica John Gomes, mestre em biologia ambiental e gestor do projeto.

Segundo ele, o projeto já reflorestou 6 hectares com 60 mil mudas, e quer dobrar esse número ainda em 2022.

O Mangues da Amazônia tem o propósito de reflorestar 12 hectares de áreas degradadas nos municípios paraenses de Bragança, Tracuateua e Augusto Corrêa, mobilizando direta e indiretamente cerca de 7,6 mil pessoas.

A região contemplada pelos mangues compõe a maior faixa contínua de manguezais do planeta, no Pará e no Maranhão. A ação é realizada pelo Instituto Peabiru e a Associação Sarambuí, com patrocínio da Petrobras e apoio do Laboratório de Ecologia de Manguezal (Lama) e da Universidade Federal do Pará (UFPA).

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Trabalho social

Moisés Araújo, caranguejeiro e monitor do projeto junto à comunidade, atua há 17 anos no mangue. Pai de três filhos, ele aprendeu a profissão com um dos seus cunhados. É comum fazerem coleta apenas no verão, que vai de agosto a dezembro. No inverno, período de chuvas na região, o manguezal se recupera.

“Muitos vivem do mangue e acham que a natureza tem que se encarregar de tudo. Mas a gente tem que dar a contribuição. A gente nunca tira todos os caranguejos de uma área, e a volta no mesmo local depende muito da maré. Cada pedaço demora de um a dois meses para se recuperar”, diz o monitor.

“[O manguezal] faz parte da minha vida como forma de sustento. É dele que tiramos grande parte de nossa alimentação”, conclui Araújo.

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No campo social e educativo, além da formação de professores para a abordagem ambiental, cerca de 60 jovens das comunidades locais foram capacitados na primeira turma da iniciativa Protetores do Mangue (ProMangue), em temas de relevância, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela ONU com metas para 2030.

Para o púbico feminino, são realizadas diversas atividades de empoderamento com grupos de mulheres, em rodas de conversa sobre temáticas do dia a dia, como a violência doméstica. Há exibição de filmes e outras iniciativas culturais, como estudos sobre a influência das simbologias dos manguezais na música local.

Além disso, 138 crianças de 3 a 6 anos do Clube de Recreio tiveram a oportunidade de dar os primeiros passos no conhecimento sobre o manguezal por meio de dinâmicas e cartilhas. Outras 30 meninas e meninos de 7 a 12 anos, integrantes do Clube de Ciências, participam de atividades com aulas práticas para observação da natureza, de forma a despertar a futura vocação como cientistas ou agentes ambientais em defesa do ecossistema onde vivem.

Reflorestamento

No primeiro ano de trabalho foram construídos dois viveiros com capacidade de 60 mil mudas no total, com a recuperação inicial de três hectares. O reflorestamento está associado a ações socioambientais e a pesquisas capazes de gerar informação para o manejo sustentável dos recursos naturais, como caranguejo-uçá e madeira de mangue, além do suporte a políticas públicas envolvendo a garantia de direitos, como o seguro-defeso.

Há, ainda, a perspectiva de expandir o conhecimento científico sobre o potencial dessa área como sumidouro de carbono, no contexto da mudança climática do planeta.

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“No quesito ambiental, fizemos mutirões de limpeza de praias e mangues, com a coleta de 1,3 mil quilos de resíduos do ambiente”, explica John Gomes.

Ele diz que o segundo ano do projeto será marcado, entre outros pontos, pela conclusão do reflorestamento e por um conjunto de entregas às comunidades, de forma a ampliar as parcerias para potencializar os resultados e ampliar os benefícios nos diferentes campos de conhecimento.

Das metas estabelecidas para as atividades ambientais e socioambientais, 60% já foram cumpridas no primeiro ano, incluindo as atividades transversais que enriqueceram o projeto com as mais variadas demandas das comunidades-polo, nos três municípios.

Para atingir esses resultados, especialmente no período mais agudo da pandemia, as atividades mobilizaram mais de 20 parcerias institucionais e outras nove devem aderir às inúmeras ações programadas para 2022. Atualmente, as devolutivas parciais do projeto estão sendo preparadas, selando o compromisso com as comunidades.

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