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ONU pede para Bolsonaro engajamento em debate sobre mudança climática

O Itamaraty deixou de abrigar a Divisão da Mudança Climática, que era responsável pelas negociações sobre o tema no âmbito da Organização

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência ligada às Nações Unidas, faz um apelo para que o governo de Jair Bolsonaro se engaje em temas relacionados às mudanças climáticas.

Os comentários foram feitos em Genebra em uma coletiva de imprensa, depois que a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo questionou a posição da OMM diante de recentes decisões do novo governo brasileiro, inclusive colocando um fim à divisão de Mudanças Climáticas.

“Estamos vendo mudanças climáticas e extremos eventos, com impacto inclusive no Brasil”, disse Claire Nullis, porta-voz da entidade. “O Brasil tem um papel na comunidade de pesquisadores e esperamos que o país continue a ter um papel construtivo e ativo, como fez no passado”, disse.

Claire, porém, optou por não comentar especificamente a mudança na estrutura do Itamaraty que, desde quinta-feira (10), estabeleceu o fim do tema na organização da chancelaria.

A pasta, comandada por Ernesto Araújo, deixa de ter a Subsecretaria-Geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia, que abrigava a Divisão da Mudança Climática. O órgão era responsável, entre outras coisas, pelas negociações climáticas no âmbito da ONU. No Ministério do Meio Ambiente, o tema também desapareceu da estrutura da pasta.

A partir de agora, o assunto de mudanças climáticas estará dentro de um novo departamento, denominado Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania. Em nota, a chancelaria explicou que “as modificações adequam o funcionamento do Itamaraty às novas prioridades da diplomacia e do serviço consular”.

Ainda no ano passado, Bolsonaro indicou que foi dele a decisão de retirar a oferta do Brasil para sediar a reunião anual da ONU sobre Mudanças Climáticas, que estava prevista para ser realizada no país.

O chanceler Ernesto Araujo também tem criticado o “climatismo”, sugerindo que isso seria um complô contra o desenvolvimento do Ocidente. “Esse dogma [o ‘climatismo’] vem servindo para justificar o aumento do poder regulador dos Estados sobre a economia, e o poder das instituições internacionais sobre os estados nacionais e suas populações, bem como para sufocar o crescimento econômico nos países capitalistas democráticos e favorecer o crescimento da China”, escreveu Araújo, antes de assumir o cargo.

“O climatismo juntou alguns dados que sugeriam uma correlação do aumento de temperaturas com o aumento da concentração de CO2 na atmosfera, ignorou dados que sugeriam o contrário e criou um dogma científico que ninguém mais pode contestar, sob pena de ser excomungado da boa sociedade – exatamente o contrário do espírito científico”, completou.

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