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Incêndios florestais têm alta de 80% em 2022, aponta Monitor do Fogo

Levantamento aponta que os incêndios atingiram uma área de aproximadamente 2,4 milhões de hectares de florestas

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Imagem de incêndio florestal no parque terra ronca, em goiás - Metrópoles
1 de 1 Imagem de incêndio florestal no parque terra ronca, em goiás - Metrópoles - Foto: CBMGO

A área atingida por incêndios florestais no Brasil entre janeiro e outubro de 2022 teve aumento de 80%, em comparação com o mesmo período de 2021. Levantamento realizado pelo Monitor do Fogo, iniciativa do MapBiomas Fogo em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), aponta que 2.426.597 milhões de hectares de floresta foram queimados neste ano.

Os números mais alarmantes são detectados na floresta amazônica, onde o aumento foi de 111%, com 2 milhões de hectares queimados contra 976 mil hectares no ano passado.

O levantamento aponta também que, no acumulado de 2022, a área total queimada no país atingiu 15,2 milhões de hectares. Esse índice indica um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2021 e leva em consideração todas as vegetações dos biomas brasileiros e todos os tipos de solo, como pastagem.

“Mesmo um único evento de fogo tem impactos gigantescos na estrutura da vegetação, pois florestas degradadas armazenam 25% menos carbono por, pelo menos, 30 anos”, explica a diretora de Ciência do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar.

Para a pesquisadora, os dados indicam que o Brasil se distancia dos compromissos do Acordo de Paris, assinado em 2015, e que tem como objetivo a redução das emissões de gases de efeito estufa.

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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior
O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão
Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo
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A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018

Igo Estrela/Metrópoles
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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal

Igo Estrela/Metrópoles
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Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior

Fábio Vieira/Metrópoles
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O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão

Ricardo Fonseca/ASCOM-MCTIC
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Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo

Fábio Vieira/Metrópoles
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Diante da polêmica, o governo lançou edital com o intuito de contratar uma equipe privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O presidente também convocou um gabinete de crise para tratar das queimadas e prometeu tolerância zero com os incêndios florestais

Fotos Igo Estrela/Metrópoles
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Porém, durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, as políticas ambientais foram alvo de críticas devido aos cortes orçamentários, desmonte de políticas de proteção ambiental e enfraquecimento de órgãos ambientais

Reprodução
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Em 2020, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe do Executivo voltou a criar polêmicas ao declarar que os incêndios florestais eram atribuídos a "índios e caboclos" e disse que eles aconteceram em áreas já desmatadas. Além disso, Bolsonaro alegou que o Brasil é vítima de desinformação sobre o meio ambiente

Agência Brasil
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No ano seguinte, Bolsonaro elogiou a legislação ambiental brasileira e o Código Florestal e enalteceu a Amazônia durante a assembleia. Além disso, disse que o futuro do emprego verde estava no Brasil

Agência Brasil
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Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica

Lourival Sant’Anna/Agência Estado
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Durante um evento de investidores em Dubai, Jair disse que a Amazônia não pega fogo por ser uma floresta úmida e que estava exatamente igual quando foi descoberta, em 1500

Agência Brasil
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Bolsonaro costuma falar com apoiadores no Palácio da Alvorada todos os dias

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Amazônia

Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images

Incêndios florestais no Cerrado

Dados do Monitor de Fogo apontam que o Cerrado concentra 48% de toda a área queimada no Brasil durante os 10 primeiros meses do ano, com 7,4 milhões de hectares atingidos, um aumento de 17% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O mês de outubro apresentou os piores índices, quando o fogo atingiu 1,8 milhão de hectares, um aumento de 196% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Vale a pena destacar que o Cerrado é um bioma que tem metade do tamanho da Amazônia, ou seja, quando falamos que o Cerrado foi o que mais queimou no ano até agora, estamos falando de um impacto que tem dimensões para a sobrevivência desse ecossistema”, relata a pesquisadora do Ipam e responsável pelo Monitor do Fogo, Vera Laísa Arruda.

“Outro motivo de alerta é que parte desse fogo está acontecendo com frequência e intensidade diferentes do regime natural esperado para o Cerrado”, acrescenta a pesquisadora.

Amazônia em chamas

Em segundo lugar, o bioma mais queimado de acordo com o Monitor de Fogo foi a Amazônia, com 7,1 milhões de hectares atingidos, ou 47% de toda área queimada no país.

Os municípios brasileiros que mais queimaram no Brasil, somando uma área de 1,1 milhão de hectares, foram São Félix do Xingu (PA), Altamira (PA) e Porto Velho (RO).

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