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Líder de grupo bolsonarista pede prisão de diretores da Anvisa

Wilson Koressawa está à frente do grupo Ações Libertadoras e divulgou informações dos diretores da Anvisa: “Liberaram as vacinas (venenos)”

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Diretor presidente da ANVISA, Antonio Barra Torres
1 de 1 Diretor presidente da ANVISA, Antonio Barra Torres - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

O advogado e promotor de Justiça aposentado Wilson Koressawa, líder do grupo bolsonarista Ações Libertadoras, pediu a prisão dos diretores da Anvisa e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, neste sábado (18/12). 

A reação veio dois dias após a Anvisa liberar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos com a Pfizer.  Na publicação feita no Twitter, ele questiona também a Polícia Federal. “Os policiais federais sabem o que é flagrante e dever legal de agir para prender quem está cometendo crimes? Vão esperar matar os filhos deles?”, escreveu. 

A publicação conta ainda com um link que leva a outro post, dessa vez no Facebook. Na publicação ele usou a frase “Prendam os diretores da Anvisa e o ministro da Saúde” e uma foto que diz que “crianças não podem ser sacrificadas”. 

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Em 2020, o ex-candidato a deputado distrital pelo PSol já tinha entrado com um pedido de prisão contra 40 autoridades antagonistas ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Convocações on-line

Mas isso não é tudo. Em um documento divulgado no site do grupo, Koressawa afirma que diretores da Anvisa, o ministro da Saúde e deputados federais “querem envenenar e matar as crianças e pessoas pobres”. 

No texto ele considera a vacinação das crianças como forma “injusta de agressão” e convoca as pessoas para se reunirem contra isso. “Reúna a multidão do povo para proteger a sua vida, do seu filho, de amigos e parentes e deem voz de prisão a todos eles.”

O aposentado volta também a falar sobre a polícia e diz que a força deve ficar ao lado do povo. Mas, caso não atendam essa demanda, as pessoas podem reagir por conta própria para “evitar que matem seus filhos”. 

Koressawa ainda sugere que as pessoas usem diferentes tipos de itens “para defesa”. Na lista, ele cita pedras, madeiras, pneus, fogo, armas e facas como “recursos disponíveis para defesa”.

Leia na íntegra:

Pedido do presidente

Depois que a Anvisa autorizou a vacinação das crianças na última quinta-feira (16/12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu os nomes de quem determinou a aprovação

“A Anvisa não está subordinada a mim – deixar bem claro isso. Não interfiro lá. Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento de quem são essas pessoas e, obviamente, formem o seu juízo. […] Você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacinação a partir de 5 anos para o seu filho”, disse o presidente na ocasião. 

Embora a Anvisa tenha repudiado o pedido e não divulgado nenhum nome, o grupo bolsonarista elencou o corpo diretor do órgão como responsável. Em um post, eles listam nomes, cargos, telefones e e-mails institucionais de cinco diretores da agência

Ameaças

Servidores e diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) receberam novas ameaças de violência nas últimas 24 horas. De acordo com nota divulgada pelo órgão neste domingo (19/12), ofensas e intimidações contra os funcionários foram publicadas nas redes sociais neste sábado (18/12). 

“Esses fatos aumentaram a preocupação e o receio dos diretores e servidores quanto à sua integridade física e de suas famílias”, diz a nota. Além disso, eles acrescentam que as ameaças “geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento”. 

No ofício enviado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a Anvisa solicitou a apuração das ameaças e proteção policial para os envolvidos. “Reitera-se COM URGÊNCIA o pedido de proteção policial aos citados agentes públicos e suas famílias a fim de salvaguardar a sua integridade física e psicológica diante da gravidade da situação enfrentada”, diz o texto.

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