metropoles.com

STF confirma suspensão de “presunção de boa-fé” no comércio de ouro

STF suspendeu a eficácia da lei que presume legalidade do ouro adquirido e “boa-fé” da empresa compradora. Corte deu 90 dias para novo marco

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
garimpo de ouro no rio madeira
1 de 1 garimpo de ouro no rio madeira - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou nesta semana a suspensão da aplicação da “presunção de boa-fé” para o comércio de ouro e determinou que a União adote, no prazo de 90 dias (três meses), um novo marco normativo para a fiscalização desse comércio, especialmente quanto à verificação da origem legal do metal adquirido por Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs).

O Supremo também determinou a implementação de medidas que inviabilizem a aquisição de ouro extraído de áreas de proteção ambiental e de terras indígenas.

A “presunção de boa-fé” está prevista em uma lei de 2013 que permitia que o ouro fosse comercializado no país apenas com base nas informações fornecidas pelos vendedores do produto.

Ação sobre mudanças na regra de comércio de ouro

Em 4 de abril, o ministro Gilmar Mendes, relator da ação que julga as mudanças na regra do comércio do metal, votou pelo endurecimento das normas e suspendeu a aplicação do princípio por liminar (decisão provisória). Desde então, os demais nove ministros seguiram o relator, em votação no plenário virtual (sem discussão), e mantiveram a decisão.

No fim do mês passado, a Corte já havia formado maioria, mas era aguardada a votação de todos os ministros. O STF está com um ministro a menos, desde a aposentadoria de Ricardo Lewandowski.

Para a Suprema Corte, as evidências de danos ambientais, com consequência para a saúde da população, especialmente dos povos indígenas, e de aumento da violência nas regiões de garimpo demonstram a urgência no deferimento da medida cautelar.

Governo fecha proposta para endurecer regras

Em 25 de abril, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou ter fechado o texto da medida provisória (MP) que pretende aumentar as normas e controle de origem, compra, venda e transporte do ouro em todo o território nacional. A “MP do Ouro” foi assinada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, em 17 de abril.

A MP será assinada, também, pelos ministérios da Fazenda, de Minas e Energia, Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, que participaram de sua elaboração. Depois disso, a medida seguirá para a Casa Civil.

A proposta nasceu a partir de um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Acesso à Justiça (Saju), que tem entre seus objetivos o combate ao crime organizado na Amazônia. Entre 2015 e 2020, o Brasil comercializou 229 toneladas de ouro com indícios de ilegalidade, segundo o estudo “Raio X do Ouro” do Instituto Escolhas.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?