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Procuradora sugere que embriaguez contribuiu para mortes na boate Kiss

A observação foi publicada em uma resposta a um pedido de indenização por danos morais feito pelo irmão de uma das vítimas

atualizado

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Deivid Dutra/AGÊNCIA O DIA/AE
Incêndio em boate de Santa Maria mata 235 pessoas
1 de 1 Incêndio em boate de Santa Maria mata 235 pessoas - Foto: Deivid Dutra/AGÊNCIA O DIA/AE

Uma procuradora de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, revoltou familiares das vítimas do incêndio na boate Kiss, que causou a morte de 242 pessoas em janeiro de 2013. Para Mirela Marquezan, a embriaguez de alguns dos mortos teria sido o motivo de uma das maiores tragédias da história do Brasil. A observação foi publicada em uma contestação ao pedido de indenização por danos morais feito pelo irmão de uma das vítimas.

No documento, a procuradora salienta que “certamente diferentes fatores contribuíram para esta diferença de condutas e desfechos, sendo, um deles, o estado de sobriedade ou de embriaguez de cada um dos frequentadores do estabelecimento”, sugere.

O trecho veio a público por causa do advogado Luiz Fernando Scherer Smaniotto, representante de alguns familiares de vítimas. Insatisfeito com a posição da procuradora, ele publicou o trecho do documento no Facebook.

“Apesar da comoção generalizada e luto coletivo ocorridos com a tragédia da boate Kiss, e mesmo podendo parecer insensível mencionar a possibilidade de ocorrência de culpa das próprias vítimas; não há como ignorar o fato de que diversas pessoas que estavam em frente ao palco, onde começou o incêndio, conseguiram sair do local; ao passo que outras tantas, que estavam muito mais próximas à porta de saída, não abandonaram o recinto”, prosseguiu Mirela Marquezan na contestação.

Em entrevista ao UOL, o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Sérgio Silva, expôs a indignação dos familiares das vítimas e dos sobreviventes.

“Quero saber em qual técnica ela se baseou para escrever isso. Primeiro, ela não é médica. Segundo, não é bombeiro para saber se as pessoas podiam ou não sair da boate. Ela não tem conhecimento técnico”, criticou Sérgio. Ele conta que deverá se reunir com o novo prefeito da cidade, Jorge Pozzobom (PSDB). No encontro, eles devem debater o assunto. E mais: a associação informa que recorrerá à Justiça contra a procuradora.

Defesa
A procuradora não se manifestou sobre a opinião. A Prefeitura de Santa Maria, por meio de nota, colocou a culpa na gestão anterior. “As condutas adotadas foram opções técnicas feitas pelas chefias institucionais que geriam o município na época. A prefeitura foi renovada nas urnas e todos, inclusive aqueles diretamente envolvidos com a lamentável tragédia, são testemunhas da grande vontade de mudar que tem impulsionado a nossa dedicação diária às causas da cidade”.

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