Para a PF, Allan dos Santos tentou estimular Bolsonaro a dar golpe
De acordo com relatório, o blogueiro bolsonarista defendeu em mensagens a “necessidade de intervenção militar”
atualizado
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A Polícia Federal apontou, em relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre, tentou estimular o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e parlamentares que o apoiam a executarem um golpe de estado no 7 de Setembro. A informação é do jornal O Estado de S.Paulo.
“A partir da posição privilegiada junto ao presidente da República e ao seu grupo político, especialmente os deputados federais Bia Kicis, Paulo Eduardo, Martins, Daniel Silveira, Caroline de Toni e Eduardo Bolsonaro, dentre outros, além e particularmente o ten-cel. Mauro Cesar, ajudante de ordens dopPresidente da República, a investigação realizada pela Polícia Federal apresentou importantes indícios de que Allan dos Santos tentou influenciar e provocar um rompimento institucional”, diz trecho do inquérito.
As investigações apuram a atuação de uma organização criminosa de forte impacto nas redes sociais, cujos integrantes seriam influenciadores e parlamentares bolsonaristas, com o intuito de produzir, publicar, financiar e distribuir conteúdo político que atente contra as instituições democráticas.
Ao instaurar o inquérito, o ministro do STF Alexandre de Moraes disse haver indícios robustos e provas significativas da existência desse grupo, que atuaria nos mesmos moldes daqueles investigados pelo inquérito das fake news. Segundo o magistrado, os envolvidos no esquema têm a “nítida finalidade de atentar contra a eemocracia e o estado de direito”.
Consta na investigação que durante as manifestações em apoio ao governo, realizadas nos dias 19 e 26 de abril e 6 de maio de 2020, Allan dos Santos encaminhou mensagens ao ajudante de ordens de Bolsonaro frisando a “necessidade de intervenção militar”.
A conversa termina com a declaração de que “as FFAA (Forças Armadas) precisam entrar urgentemente”, pois “não dá” mais para aceitar decisões do STF citadas na conversa.