Hotel em São Paulo seria “escritório paralelo” de Lula
À PF, ex-motorista de Palocci detalhou encontros suspeitos do ex-presidente no Grand Mercury, “onde Lula costumava despachar semanalmente”
atualizado
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Durante seu depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (22/1), o ex-motorista de Antônio Palocci Carlos Pocente disse ter levado o ex-ministro em diversas oportunidades a um hotel na Rua Sena Madureira, em São Paulo, “onde Lula costumava despachar semanalmente”. A informação é do site O Antagonista.
“E lá já presenciou Palocci encontrar-se com Lula e com Bumlai”, afirmou, em referência ao operador e pecuarista José Carlos Bumlai, segundo o site.
O hotel a que Pocente se refere é o Grand Mercure, que recebia, eventualmente, alguns eventos do PT.
Ainda conforme a reportagem, o ex-motorista de Palocci também disse ter levado o ex-ministro várias vezes ao prédio do Banco do Brasil na Avenida Paulista, então escritório da Presidência em São Paulo. Segundo O Antagonista, câmeras do edifício foram retiradas pela gestão petista.
Pocente, que se comprometeu a entregar celulares com trocas de mensagens, teria contado, ainda, que levou Palocci para encontros com Lula e Dilma no espaço reservado do Aeroporto de Congonhas.
Empresários em garagens
Outra parte do depoimento revelado pelo site foi a informação de que Pocente, a pedido de Palocci, costumava atender empresários na garagem de sua casa. “Tinha o costume de receber pessoas na garagem dos edifícios em que se localizavam suas consultorias”, diz trecho da delação de Pocente.
No documento, segundo O Antagonista, ainda consta que o ex-motorista disse ter recebido os seguintes nomes: Abílio Diniz, Marcelo Odebrecht, João Vaccari Neto, Otávio Azevedo e Léo Pinheiro.
Todos os citados no depoimento de Carlos Pocente foram presos pela força-tarefa da Lava Jato, com exceção do empresário Abílio Diniz – embora tenha sido indiciado no âmbito das investigações da Operação Carne Fraca.
O motorista do ex-ministro também revelou aos federais que já esteve com o político em diversos encontros com banqueiros, inclusive nas sedes de instituições financeiros. Segundo Pocente, as reuniões costumavam acontecer à noite, e o ex-ministro teria se encontrado com os donos do BTG, Santander e Safra. No primeiro banco, o motorista revela que as reuniões eram recorrentes e aconteciam até na residência de André Esteves, dono do BTG.