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Após dar tornozeleira a Rocha Loures, Justiça a negou para três presos

MP de Goiás entrará com outro pedido para apreender equipamento do ex-assessor de Temer. Documento comprova falta de aparelho no estado

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Rocha Loures deixa prisão em Brasília na manhã deste sábado
1 de 1 Rocha Loures deixa prisão em Brasília na manhã deste sábado - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Desde 1º de julho, quando o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) saiu do Complexo Penitenciário da Papuda com uma tornozeleira eletrônica cedida pelo Governo de Goiás, ao menos outros três presidiários deixaram de ir para a prisão domiciliar no estado por falta do aparelho eletrônico. Documentos obtidos com exclusividade pelo Metrópoles mostram que as negativas seguiram por lá ainda neste fim de semana.

Arte/Metrópoles

 

Com as novas provas de ausência do equipamento, o Ministério Público de Goiás irá pedir, na Justiça, a restituição da tornozeleira entregue a Rodrigo Rocha Loures. “Vamos ingressar com um pedido de reconsideração na quinta-feira [20/7] com esses novos documentos em mãos”, afirmou o promotor Fernando Krebs, responsável pelo caso.

No último dia 2, o Metrópoles mostrou com exclusividade que o ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB/SP) furou fila e passou na frente de cerca de 100 presos que aguardavam o equipamento em Goiás.

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O pedido será de reconsideração porque, na semana passada, o MPGO já havia entrado com uma ação na Justiça – denominada tutela provisória de urgência cautelar antecedente – para que fosse determinada a imediata busca e apreensão da tornozeleira eletrônica. No entanto, o Tribunal de Justiça do estado (TJGO) negou o pedido no dia seguinte e deu prazo de cinco dias para que o MPGO apresentasse “outros elementos probatórios”.

Na opinião do promotor Fernando Krebs, a comprovação de que não há tornozeleira disponível no estado é devida a esses “novos elementos”, e também demonstra que o político curitibano furou fila para conseguir o aparelho. “A gente não vai ficar esperando que o Governo de Goiás dê um retorno sobre isso. A nossa suspeita é de que o ex-deputado só deixou a prisão porque houve tráfico de influência para conseguir o equipamento”, completou o promotor.

Mala da propina
Rodrigo Rocha Loures ficou preso em Brasília entre 3 de junho e 1º de julho. A detenção foi motivada pela gravação feita pela Polícia Federal enquanto ele recebia uma mala com R$ 500 mil, suposta propina paga pelo frigorífico JBS e que teria como destinatário final o presidente Michel Temer.

No dia 30 de junho, Loures conseguiu o direito à prisão domiciliar. A decisão foi do relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin. No entanto, o benefício estava condicionado ao uso da tornozeleira eletrônica. O “homem da mala” também precisa permanecer em casa entre 20h e 6h e não pode sair durante os fins de semana.

SSP nega
Como o DF não dispõe do aparelho, houve uma negociação intensa para conseguir o equipamento no estado vizinho, Goiás. Acionada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública goiana negou que Loures tenha furado fila e disse que a concessão de tornozeleiras foi regularizada em 14 de junho.

Ainda de acordo com a pasta, a Spacecom – empresa contratada para o fornecimento dos artigos – se comprometeu a prorrogar o contrato vencido em fevereiro e, por sua vez, o governo efetuará os pagamentos dos meses de fevereiro (parcial), março, abril e maio assim que receber de volta o acordo assinado pela empresa.

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