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Jovem que queimou 60% do corpo na escola passa por 2° enxerto de pele

Internada há mais de 50 dias, Annelise Lopes passará por avaliação médica no sábado (22/1) para decidir a necessidade de mais uma cirurgia

atualizado

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Arquivo Pessoal
Mãe e filha, estudante que queimou 60% do corpo durante experimento químico na escola em Anápolis, Goiás
1 de 1 Mãe e filha, estudante que queimou 60% do corpo durante experimento químico na escola em Anápolis, Goiás - Foto: Arquivo Pessoal

Goiânia – A estudante Annelise Lopes, de 16 anos, que está internada há mais de 50 dias na capital goiana, após sofrer graves queimaduras, em novembro, durante um experimento de química na escola, passou pela segunda cirurgia de enxerto de pele. Conforme disse ao Metrópoles Diolange Carneiro Lopes, mãe da adolescente, ela deverá ser submetida a uma terceira antes de receber alta.

O segundo procedimento foi realizado nessa terça-feira (18/1) e focou na recuperação dos braços da jovem. Ela teve 60% do corpo queimado, com a explosão gerada pelo experimento de química feito dentro da sala de aula. A jovem ficou em estado grave na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Urgências da Região Noroeste (Hugol) de Goiânia.

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Annelise recebeu alta da UTI no dia 23/12, dias antes do Natal. Desde então, os médicos começaram a avaliar a realização de procedimentos para recuperar as partes do corpo que foram severamente queimadas. A primeira cirurgia de enxerto foi feita no abdômen e na coxa. Segundo a mãe, tudo correu bem e foi um sucesso.

Evolução

No sábado (22/1), a equipe médica vai checar a evolução da cirurgia feita na terça e decidir sobre o terceiro procedimento. “O médico vai avaliar, porque ainda tem umas áreas nas costas e nas costelas dela que podem justificar um novo enxerto. A gente abriu essa área e ainda está bem profunda. Vamos esperar para abrir, novamente, no sábado”, diz a mãe.

A previsão de alta de Annelise, até então, era mantida para a próxima semana. Se os médicos decidirem pelo terceiro enxerto, ela deverá ficar internada um tempo a mais. “Creio que ela deve ficar aqui, no máximo, por mais duas semanas”, afirma Diolange.

A explosão

A estudante sofreu o acidente em 30 de novembro de 2021. Ela e mais três colegas se reuniram em uma sala do Colégio Heli Alves, em Anápolis, onde estuda, para fazer o experimento chamado de “fogo invisível“, segundo a mãe. A Polícia Civil de Goiás investiga o caso.

Coordenador do colégio, Marcos Gomes afirmou, à época do acidente, que os alunos do 2º ano do ensino médio estavam com aulas remotas e pediram para ir à escola para gravar o experimento de física e química.

Segundo ele, os estudantes foram autorizados a usar uma sala para gravação, mas, conforme acrescentou, não avisaram que usariam álcool e nenhum professor ou monitor acompanhava a situação.

“Eles disseram que iriam gravar uma apresentação, mas não explicaram o que iriam fazer. Eles disseram que colocaram fogo ao álcool, mas que acharam que não tinha pego. Por isso, foram colocar mais [álcool] e houve essa explosão”, disse Gomes.

Segundo o coordenador, Annelise foi a única que se machucou. Ele disse que funcionários da escola ouviram os gritos e levaram a estudante para o chuveiro até a chegada dos bombeiros.

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