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Jovem que morreu por “kit aborto” disse sentir que barriga explodiria

Ana Carolina Pereira Pinto, 20 anos, relatou ao namorado que estava sentindo dores, mas ele a orientou a não contar nada aos pais

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Ana Carolina Pereira Pinto, morta após aborto em Votorantim (SP) 2
1 de 1 Ana Carolina Pereira Pinto, morta após aborto em Votorantim (SP) 2 - Foto: Reprodução/Facebook

São Paulo – Kevin Willians, 22 anos, namorado de Ana Carolina Pereira Pinto, 20, que morreu na terça-feira (26/10), contou em interrogatório à Polícia Civil, em Votorantim, no interior de São Paulo, como a estudante de Engenharia de Produção relatou se sentir após aplicar injeções de um “kit aborto“.

Kevin explicou, de acordo com o G1, que, no dia seguinte ao uso da substância abortiva, a jovem sentiu dores e queria pedir ajuda aos pais, mas o companheiro pediu que ela ficasse calma e não contasse nada. “Minha barriga parece que vai explodir”, disse a estudante. No interrogatório, Kevin alegou que estava nervoso quando a namorada cogitou solicitar auxílio.

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Depoimento à Polícia Civil

Segundo Kevin, os dois mantinham um relacionamento havia dois anos. Ana Carolina teria contado para ele há um mês que estava com sintomas de gravidez, e eles decidiram fazer um teste de farmácia, que deu positivo.

O rapaz, então, a acompanhou em uma ultrassonografia. O exame informou que a gestação era de 27 semanas, de um menino. Ana Carolina teria mencionado que estava com medo de prosseguir com a gravidez e da reação da família.

Devido à idade de ambos e por ter “pouca experiência”, o casal decidiu em consenso interromper a gravidez. A estudante teria, assim, buscado informações sobre métodos abortivos.

O namorado alegou ter alertado sobre os riscos, mas apoiou a jovem a comprar uma substância do tipo. O “kit aborto” custou R$ 1.400 e foi pago via PIX.

Uso do “kit aborto”

A substância abortiva foi deixada na casa de Kevin, mas o casal decidiu fazer a aplicação em uma pousada em Sorocaba. De acordo com o depoimento, Ana Carolina pegou as injeções, mas ficou com medo de aplicá-las e então pediu ajuda ao namorado. Kevin fez quatro aplicações na barriga da jovem seguindo a “técnica” recomendada pela pessoa que vendeu o “kit aborto”.

No dia seguinte, no fim do período de trabalho, Ana Carolina relatou ao namorado que estava com dor de cabeça e cólicas. Segundo o depoimento do rapaz, divulgado pelo G1, a situação de saúde da estudante piorou ao longo das horas e ela passou a sentir dores no estômago e vomitar.

A moça teria cogitado pedir ajuda aos pais, mas o namorado não achou que a situação fosse grave. Em meio a relato de dores, a estudante contou para o companheiro que sua bolsa teria estourado. Kevin pediu que ela entrasse em contato com uma suposta técnica e não fosse ao hospital. A técnica não respondeu Ana.

Em depoimento à Polícia Civil, o rapaz afirmou que o casal conversou rapidamente no fim da noite, mas a namorada alegou que não poderia falar e estava tentando dormir.

Encontrada morta

Grávida de quase 7 meses, a estudante foi encontrada morta pelos pais na madrugada de terça-feira (26/10) no bairro Vila Dominguinho, em Votorantim, no interior de São Paulo.

Dois dias antes, ela realizou um procedimento para interromper a gestação com a ajuda do namorado, preso em flagrante após confessar o crime. O bebê também não sobreviveu.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o rapaz auxiliou Ana Carolina no procedimento abortivo, realizado em uma hospedagem em Sorocaba.

Após audiência de custódia, o homem acabou solto e vai responder em liberdade por aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante. O Código Penal fixa pena de um a quatro anos de prisão pelo crime.

Ana Carolina foi enterrada na tarde desta quarta-feira (27/10), no Ossel Votorantim. Em uma publicação no Facebook, a mãe da jovem, Camila Marques, fez uma declaração à filha. “Amarei você para todo o sempre”, escreveu.

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