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Jovem que matou namorado com agulha de narguilé passa por audiência

Nicole Maria Ferreira Costa, de 20 anos, confessou o crime e alegou legítima defesa; ela responde ao processo em liberdade

atualizado

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Arquivo Pessoal
Casal Goiânia – narguilé
1 de 1 Casal Goiânia – narguilé - Foto: Arquivo Pessoal

Goiânia – A jovem acusada de matar o namorado com uma agulha de narguilé em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana, passou por audiência na tarde desta segunda-feira (20/9). Segundo a Polícia Civil, Nicole Maria Ferreira Costa, de 20 anos, confessou o crime e responde ao processo em liberdade.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), a moça passou por uma audiência de instrução e julgamento, onde o juiz ouve todos os envolvidos no caso e decide quais serão os próximos passos do processo, inclusive, se Nicole enfrentará júri popular.

Ela é acusada pela morte do então namorado Adailton Gomes Abreu, de 24 anos. Ele morreu no dia 18 de setembro de 2020, na casa de Nicole, no Residencial Village Garavelo. O rapaz foi atingido no coração por uma agulha do narguilé. A acusada afirma que agiu em legítima defesa.

Denúncia e legítima defesa

A denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) contra Nicole foi aceita pela Justiça em 5 de maio deste ano. Ela responde por homicídio qualificado, em razão de motivo fútil e por ter impossibilitado a defesa da vítima.

Conforme o relato do promotor de Justiça, Milton Marcolino, no dia do crime a jovem saiu com o namorado e duas irmãs dele para comer em uma feira. Durante o passeio, o casal teve uma discussão e a briga continuou quando chegaram à casa de Nicole, local onde a vítima foi atingida e morreu.

Por meio de nota, a defesa de Nicole afirma que “segue confiante que a verdade real vai prevalecer e acredita que a Nicole jamais teve a intenção de fazer mal ao namorado”. Ainda conforme a nota, a acusada teve que usar dos meios necessário e ao alcance para se defender da “injusta agressão que sofreu e sofria constantemente”.

Em entrevista ao portal G1, Nicole disse que tentou se defender das agressões de Adailton. “Ele pegou no meu pescoço e me empurrou para um canto entre o guarda-roupa e a parede e começou a me bater. Eu gritei pela minha mãe e ele se afastou. Depois, voltou a me bater e falou que ia me matar”, contou ela.

“Quando eu tive a reação de acertá-lo, eu tampei o rosto e achei que aquilo não iria afastá-lo. Eu achei que ele continuaria me batendo e que eu iria morrer. Mas, ele colocou as duas mãos no peito e caiu”, completou.

Porém, segundo a MPGO, a agulha que matou a vítima perfurou 19 cm e foi necessário o uso de “grande força”, o que, segundo o órgão, é incompatível com a versão narrada pela jovem. “O instrumento perfurou a língula e o coração, vencendo obstáculos como a vestimenta e musculatura de parede torácica”, diz.

Ainda segundo o órgão, o exame cadavérico aponta que a vítima não tinha sinais de defesa ou luta.

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Morte

Inicialmente, a suspeita era de que Adailton teria sofrido um infarto, no entanto, de acordo com o delegado responsável pela investigação, Eduardo Rodovalho, a equipe notou a perfuração com a agulha. O objeto é usado para furar o papel alumínio que encobre o carvão no narguilé.

“A lesão foi única, certeira e fatal. Ele agonizou por pouco tempo e depois já veio a óbito”, disse o delegado ao portal G1.

Durante as investigações, Nicole disse à polícia que o namorado tinha partido para cima dela com um narguilé quebrado e, para se defender, ela acabou o atingindo com a agulha. A jovem também relatou aos policiais que ficou desesperada na hora, pois não esperava que ele morresse.

“Eles já tinham se agredido mutuamente, por imaturidade no namoro. Com o desgaste extremo, no momento da briga, ela acabou o matando. Não identificamos lesões nela no dia do crime que justificassem a legítima defesa”, disse o investigador.

Ao final do inquérito, Nicole foi indiciada. À época, o delegado explicou que Nicole não foi presa por entender que não havia os requisitos determinados pela lei, pois ela se apresentou após o homicídio e estava colaborando com as investigações. A polícia também descartou a participação de outra pessoa no crime.

Ainda de acordo com Eduardo Rodovalho, o casal tinha uma relação “tumultuada”, permeada por brigas e discussões.

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