metropoles.com

Após saída de Teich, oposição quer impeachment e aliados elogiam “firmeza”

O ministro anunciou sua saída no fim da manhã desta sexta-feira por discordâncias com o presidente sobre uso de cloroquina contra a Covid-19

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Fellicciano/Metrópoles
Nelson Teich, Bolsonaro, Mourão e Michelle
1 de 1 Nelson Teich, Bolsonaro, Mourão e Michelle - Foto: Rafaela Fellicciano/Metrópoles

A demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, que ficou menos de um mês à frente da pasta, repercutiu imediatamente entre os líderes parlamentares da Câmara e do Senado. De um lado, opositores ao presidente reforçaram o pedido de “Fora, Bolsonaro”. Por outro, apoiadores elogiaram a “firmeza” do presidente.

A líder do PSol, deputada Fernanda Melchiona, apontou como motivo para a saída do ministro em meio à pandemia as pressões do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre o uso de cloroquina. Ela argumentou que é necessário ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aceitar o pedido de impeachment.

“O pedido de exoneração de Teich, após menos de um mês da demissão de Mandetta e em plena escalada da pandemia, é muito grave. A disputa em torno da liberação do uso da cloroquina, mesmo sem evidências científicas, e a guerra que o governo vem fazendo para forçar o fim do isolamento social mostra que o negacionismo está no posto de mando”, destacou a líder do PSol, partido que é autor de um dos pedidos para a saída do presidente.

O líder da oposição na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a demissão do ministro revelaria o caos que o presidente teria como objetivo criar e reforçou, igualmente, o pedido pelo fim do mandato de Bolsonaro. “O problema é o governo! Bolsonaro é um aliado do vírus”, disparou.

“Eu não estranho a saída. Estranho é um médico sério ter entrado no Ministério”, ironizou o senador Jaques Wagner (PT-BA).

O líder do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ) argumentou que o presidente não prezaria por ter à frente da pasta um ministro com perfil técnico, mas sim alguém que concorde com ele.

“Bolsonaro não quer um ministro técnico; ele quer alguém que concorde com suas insanidades ideológicas, como o fim do isolamento e o uso da cloroquina. Vamos insistir com o presidente da Câmara para que o pedido de impeachment apresentado pelo PSB siga diante. Precisamos evitar uma catástrofe!”, disse o deputado.

Aliado do presidente, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) defendeu a “firmeza” de Bolsonaro e elogiou sua postura de “líder” diante da pandemia. “Se Teich era contra o uso da cloroquina já vai tarde! Precisamos com urgência liberar o uso p/ salvar milhares de vidas! Países mais avançados já liberaram!”, disse o deputado em uma rede social, sem citar quais países são esses. Ele foi questionado pela reportagem, mas não se manifestou.

O deputado Alex Manente (Cidadania-SP) apontou um “caos político” que o país estaria convivendo em meio à pandemia do coronavírus. “O Brasil perde mais um Ministro da Saúde durante a maior crise dos últimos 100 anos. É impressionante como além da crise econômica e de saúde pública, nós vamos ter que suportar uma crise política”, disse o deputado.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?