Jacarezinho: MP do Rio rejeita pedido para fazer investigação com PF

Ofício com sugestão da parceria independente foi enviado pelo Ministério Público Federal e 11 instituições, mas MP alega ter força-tarefa

atualizado 21/05/2021 13:40

Manifestantes com cartaz que pede Abaixo as operações Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Rio de Janeiro – O Ministério Público do Rio (MPRJ) rejeitou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e de mais 11 instituições para investigar com a Polícia Federal a operação realizada pela Polícia Civil na comunidade do Jacarezinho, na zona norte, no último dia 6. A ação resultou na morte de 27 acusados de envolvimento com o tráfico de drogas e o policial civil André Frias, considerada a mais letal da história do estado.

Em nota, o órgão alegou que “recebeu o documento e esclarece que a investigação está sendo realizada diretamente pelo MPRJ, por intermédio de um PIC – Procedimento Investigatório Criminal e conduzido por uma força-tarefa”. E acrescentou que “se não houver especialidade técnica no corpo de peritos do quadro próprio (…), poderá ser feito convênio ou acordo de cooperação com outros órgãos e instituições”.

No documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos defendeu ser necessário evitar caso de impunidade, como ocorreu a investigação da Polícia Civil sobre execuções sumárias em incursões policiais na favela Nova Brasília, com 26 mortos, nos anos de 1994 e 1995. O Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

E ressaltou que “a ausência de preservação das cenas de crime e a apresentação de pouco mais de 20 armas para perícia, em uma operação que contou com 200 agentes, já revelam, por si só, um descompromisso com a busca da verdade real”. Desde de junho, o Supremo Tribunal Federal determinou que as operações em comunidades só devem ocorrer em casos excepcionais, mas já foram realizadas mais de 500.
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